Por DIEGO MÜLLER

domingo, 24 de abril de 2011

40 anos de Barranca...

...e a volta de São Borja!

(Turma da "portelinha" com sua Sambarranca - Barranca zaramilhosa)

"Fruto da iniciativa de um grupo de amigos e artistas reunidos em torno do Grupo Amador de Arte Os Angueras, o festival junta todo ano algumas centenas de aficionados durante a Semana Santa às margens do Rio Uruguai, na divisa com a Argentina. Por três ou quatro dias, o acampamento a 13 quilômetros de São Borja é um palco ao ar livre para tertúlias musicais e poéticas, que culminam no Sábado de Aleluia com um concurso de canções cujo tema só é divulgado pela comissão julgadora na Sexta-Feira Santa - os compositores têm então 24 horas para escrever uma música e disputar o prêmio principal."
(extraído da matéria do grande parceiro barranqueiro Róger Lerina - jornal Zero Hora)


Não me recordo de quem é a frase (e talvez nem necessite ela de créditos, já que na Barrnca tudo que fizemos é incentivada inconscientemente pelos espíritos dos antigos barranqueiros que pairam na mágia do encontro):

"Em casa choramos normalmente de tristeza, e a Barranca nos permite chorar de emoção a cada breve momento!

(Foto de Boca Costa - Uruguaiana/RS - Nunca estamos sozinhos)

Essa é a frase que simplifica o encontro e resume sua Quadragésima edição... EMOÇÃO!!!! Pura emoção, a cada acorde, a cada canto, cada abraço, cada gole de trago, de vinho ou de mate! São muitos amigos revistos, muitos novos, muitos que a cada final de festa sentimos saudades! Não tem muito como explicar esse momento, tantos amigos e tanto convívio em pról apenas da amizade e da cultura (não apenas musical). Tive o prazer, inclusive, de acompanhar grandes amigos no palco do festival, e em breve colocarei os créditos dos campeões e dos autores do tema, do qual acompanhei também no palco! Saímos na foto! hehe!

(Foto de Emílio Pedroso - Zero Hora - POA/RS)

Abraços a alguns amigos com quem convivi mais no evento: Yuri, Glauco, Caio Martinez, Zinho, Érlon Péricles, Binho Pires, Tulio Urach, Tukano Netto, Zelito, Emílio, Telmo Motta Jr (e nossas fugidas pras festas da cidade), Luiz carlos Bremm (novo poeta), Nego Dorival, Nandico, Sérgio Rojas, Jorginho Freitas, Dr. Rogério, Cachoeira, turma da Portelinha, Cabo Déco, Os sobrinhos de Sepé, etc e etc... são muitos amigos!!! Pena a falta do meu "padrinho barranqueiro" Pedro Ortaça. Mas foi por uma boa causa!

Ah, e sem poder de deixar um beijo pra São-borgense, moradora de São Sebastião do Caí... a querida  Estéli carpes, parceira de Boitatá (valeu por ter ido) e pela festinha na UP!!! Beijos!!!

(Ônibus de ida, de Santo Ângelo, após o show, 
para São Borja, direto pra Barranca - Cantoria e boa charla sempre)

Então aqui, em fotos e alguns vídeos, um pouquinho apenas do que podemos apresentar deste baita evento!
Mais informações, na própria ZERO HORA amanhã (com matérias do Lerina e fotos do Emílio) e daqui a 15 dias, nos programas culturais da TVE!

(Tulio Urach, Diego Müller, Zelito Ramos e Cabo Déco - 
Tertúlia a luz de lampião, com samba às 5h da manhã)

Ano que vem estaremos de volta, se Deus quiser!

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De um pôr-de-sol guarany       
(Diego Müller)
Una irupé nada, com sua aura selvagem,
Numa paisagem prisioneira – ao pôr-de-sol...
E um índio crudo assobia um canto antigo
Num tom bonito, que se funde ao arrebol!

De selva e rio, é a natureza, tão minha:
Voz misionera – das três pátrias guaranys...
E a passarada faz dueto à minha cantiga,
Que por ser terra pinta estas cenas daqui!

Minha lanza de taquara vai de encontro ao acabuz,
Pois quem canta espalha estrela ante um tempo novo, sem luz...
Dançam valsas, pelas matas, pomberos – de alma caté...
Cenas que o progresso ataca... sem charla... e sem tererê!!!

Sou alma e dor nos limos que traz o Uruguay...
Tão sapucay a cortar lados do meu rio...
Mais que Argentina e Paraguay – eu sou o guairá,
Com tons avás nas plenitudes do Brasil!

Ruína e sonho numa ameríndia quimera,
Sobre un tapé, cruzando por lejos do pago...
Por eso mismo restou o meu chamamé índio
Pra – além do tempo – chorar feridas que trago!!!

Miro de novo às lonjuras, no pôr-de-sol que se enterra,
Que, entre as linhas da sua cena, mostra a força da minha terra...
– Pois meu povo é igual ao sol, na sua lição insistente:
Que, ao já darem por morto, renasce... bem mais brilhante!!!.

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"Sou como você me vê.
Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,
Depende de quando e como você me vê passar."
Clarice Lispector

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