Por DIEGO MÜLLER

quinta-feira, 26 de abril de 2012

El gaucho...


...de Fernando Assunção!!!


‎EL GAUCHO es el producto axial de la cultura de la zona litoral, de la que fué epicentro geográfico nuestro actual territorio nacional. No fué, ni pudo ser jamás, el marginal que han pretendido señalar, en llamativa coincidencia, los tecnócratas agraristas, ultras en su teorización mercantilista, y los escribas de la 'intelligentza' marxista-leninista, zurdos de entre casa, con la verborrea clásica del materialismo dialéctico!


Quisieron, tampocu fué, ni pudo ser jamás, el proletario campesino, por razones históricas bien comprensibles no existía en nuestra sociedad colonial del siglo XVIII ese sentido materialista de clases y, lo que es más importante, por factores culturalesinapelables, en el sentir democrático esencial, que es característico de aquella sociedad libre. Fueron tan gauchos en el significado más amplio y claro del vocabulo, el que éste adquiere cuando la patria se hace mujer, los faeneros, como los baqueanos... los propietarios de tierras cimarronas, desbravadores y civilizadores a su modo, como los arrieros y matarifes de saladeros... los caudillos militares y los más modestos soldados... los carreros y los peones, de toda layas... todos, sim distinción de escuelas, de orígenes o de situaciones, que fuerón los auténticos protaginistas del proceso de la formación nacional!


Seguiemos hoy (...) creyendo que es tarea fundamental ocuparse del gaucho. Porque queríamos, y queremos, una imagen real suya, no un figurón literario o un trozo de carniza disecada por el escalpelo despiadado de un pretendido 'revisionismo' que le considera 'mito' o 'bestia negra'... imagen real para contemplar, estudiar y amar, como ser de nosotros mismos, aunque puedan dolernos los ojos en su contemplación, más que por sus fulgores, tal ves por sus carencias y sus anónimos heroísmos. Buscamos encontrar sustancia cálida y auténtica, ni aserrín, ni polvo de huesos. El alma misma de la nacionalidad. Porque estudiar el gaucho ES COMO PONER LA MANO EN EL PECHO ABIERTO DE LA PATRIA, y palpar, sentir en vivo y caliente, el proprio LATIDO DE SU CORAZÓN!


El gaucho, en una espléndida parábola vital de dos siglos, fué durante cien años el centro de la cultura nacional (Uruguaya), u señaló, con su facón, sus boleadoras y su desjarreteador, a lomo de caballo, el rumbo económico de la región... después fué su libertador, durante otros viente años, y seguió, sesenta más, lanza en ristre y a caballo, muriéndose en el holocausto de las angustiosas convulciones internas, para 'hacerla', definitivamente, patria entera, sin condiciones ni paréntesis, y luego, amansado él en la paz de Ella, volvió, con la lanza echa picana, peón o proprietario, arriero o mensual, siempre a caballo, a darle un destino a su economía, a construir un futuro en el trabajo y el sacrificio!


...Hoy, más que nunca, sentimos la necessidade de estos estudios, procurando cultivar y fomentar en nuestra juventud un patriotismo sano, vital, vigoroso, auténtico, constructivo, viril, optimista... un nacionalismo sólidamente apoyado en las tradiciones espirituales y culturales que define, precisamente, nuestro ser como nación, en el pleno conocimiento de esas tradiciones, y en la consciente participación y integración a ese ser nacional. Orgullosos de formar parte de él, pero sin la vanidad agresiva de fanatismo que es, paradojalmente, la presa más fácil de otros 'ismos' que excitan esa vanidad y se valen de su superficialidad materislista para inducir a los más grandes desvíos ideológicos que terminan, fatalmente, en los peores renunciamientos y caídas de los valores que se pretende defender y exaltar!

(Colônia do Sacramento - Uruguay)

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(Carlos Galicci)

"Cuando uno se ha adentrado ya en la tercera etapa de la vida, la que inevitablemente es epilogal, siente la necesidad de dejar consolidados, impresos, pensamientos y textos (….) No con la pretensión pomposa de un ´testamento intelectual´, no me siento en tal trance, ni aspiro a semejante alcance, sino como lo que fueron o quisieron ser al escribirlos: frutos de reflexión madura, de convicciones arraigadas, conceptos que, por trabajosamente delineados, se redondean como las piedras por la larga acción del agua o el viento". 
(Fernando Assumção)

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‎"Fué una epopeya: una epopeya para ser cantada con liras de hierro por voces de bronce!" 
(Fernando Assumção)

terça-feira, 24 de abril de 2012

Filme em ação...


Primeiras cenas na cidade cenográfica 
"O Tempo e o Vento"

Foto: ALBERT MOREIRA / Divulgação 

Primeiras cenas na cidade cenográfica de Santa Fé foram rodadas no sábado 

No último sábado, dia 21, foram filmadas as primeiras cenas na cidade cenográfica de Santa Fé, construída dentro do Parque do Gaúcho, a 4km do centro de Bagé. Desde o dia 4 de abril, equipe e elenco estão na cidade gaúcha.


A cidade cenográfica é um dos pontos altos da produção do filme. Foram mais de 4 meses de obras de engenharia, ambientação e cenografia, para transformar a área de 10 mil metros quadrados, que abriga 17 edificações, na cidade de Santa Fé, descrita pelo escritor Erico Verissimo em O Continente (no qual o filme é livremente baseado).

(Foto: Antônio de Blanco)

Uma das curiosidades da cidade é a variedade de tipos de construção. Uma vez que se passam 100 anos em Santa Fé, foi preciso erguer casas bem simples, como a primeira de Ana Terra, logo que ela chega à cidade, até o imponente sobrado dos Terra Cambará, erguido muitos anos depois.


Para facilitar a logística da produção, o interior de algumas casas foi preparado para receber depósito de objetos de cena, camarins, sala de maquiagem, sala de estar e vídeo assist.


No sábado foram rodadas, entre outras, as cenas em que Ana Terra (Cléo Pires) chega a Santa Fé, levada por Marciano Bezerra (Leonardo Machado), quando o coronel Ricardo Amaral (José de Abreu) convoca os homens para a guerra e cenas de Ana Terra (já interpretada por Suzana Pires, depois da passagem do tempo) despedindo-se do filho, Pedro Terra (nessa fase vivido pelo gaúcho Rafael Tombini), que vai para a guerra e deixa a esposa, Arminda (nessa fase vivida pela gaúcha Luiza Ollé), grávida, na cidade. A partir desta terça-feira (24), Thiago Lacerda estará novamente nas filmagens para rodar várias cenas, inclusive de batalha, como Capitão Rodrigo


Fonte de texto: 

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Roberto Amorim

O vento só existe
Enquanto se move.
É assim que é sentido,
Só assim tem sentido;
O vento não pára.

O tempo só existe
Enquanto se move.
É assim que é sentido,
Só assim tem sentido;
O tempo não pára.

No sopro do tempo
É que alguém existe;
O ar mais o tempo,
E o vento se move;
Percebe-se o tempo
No vento sentido…
No tempo perdido,
Qual é o sentido?
No tempo e no vento,
A vida não pára.

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(Foto: Antônio de Blanco)

"Apressa-te a viver bem e pensa que cada dia é, por si só, uma vida!"

domingo, 15 de abril de 2012

Retrato de Juca Ruivo...


por Aureliano de Figueredo Pinto


No meu rancho...
rancho velho missioneiro (como cupim na coxilha)
desbarrigado no oitão norte, desquinchado no oitão sul,
numa tarde de outono (outono já quase inverno)
veio chegando ao tranquito, um Ruivo de poncho azul.

Pediu pousada o andante...
Vinha do Quaraí... percisava um descanso...
pra jornada larga.
Fiquei desconfiado... (cousas sem motivo!)
E de noite no fogão, com os olhos cravados,
mui pensativo,
o tal cinchava quietito o chimarrão de erva amarga.

Na noite o vento – ave grande, lidava
Por aninhar-se nas copas dos cinamomos.
E os galhos se alvorotavam com as largas asas de pluma
do lechuzón desconforme.

Uma coruja gritou no copiar do galpão.
E os cuscos acoavam (se um não dorme, o outro não dorme)
acoavam na noite crespa bocando na escuridão.

Diacho de Ruivo mais quieto que diz que vem do Quaraí...
sombrio como mato grande...
mais empinado que um cerro...
calado como laguna quando tem céus dentro d’água...
Virá por “mala-cabeza”?!

Todo andarengo que vem de outros pagos
calculo que venha seguido de perto
pelas escoltas da própria mágoa.

Reajeitei os tições... E a lavareda ondulou
como cabelos de gringa que por amor se afogou.

O Ruivo, o chapéu nos olhos,
ergueu o sombrero!
Mexeu-se no banco...
E me encarou despacito
como quem mira um parcero.

Foi como um sinal maçom...
De relancina
Nos entendemos mui bem:
Passei-lhe o frasco de canha, que ele encostou devagar
mas com força junto à boca, como uma boca de china
que se custou a beijar.

Ah! – Ruivo... se “Usted lo viera” !
Se foi aos arreios... sacou a cordeona!
(cordeona com mais floreados do que pilcha de Oriental)
e já parecendo outro,
com garbo e sestro de potro
abriu a gaita campeira dentro da noite outonal.

Só quem ouviu se recorda
pra sempre, por toda a vida
dessa cordeona sentida,
de nostálgica dolência:
com choros de tecla e corda,
com gritos de peleadores,
e olhar campeando nos rumos de querendona querência.

Todo o pampa repassava na voz da cordeona
macia e brava, feroz e chorona.
terna, violenta, sentimental.
Fogaréus, lunaréus de incêndios e de ocasos...
Mortas legendas brotando à tona
de olvidado reconto imemorial.

Horizontes de mar. Plainos rasos.
Cruz de estrada dos ermos missioneiros.
Assombrações. Contos campeiros.
Romances e casos.

Fronteira aberta para os castelhanos.
Selvas e serras Uruguai abaixo.
E o guapo penacho de heróis campechanos.

Depois, nas teclas mais finas
Ia contando de chinas
alarifonas,
que entre refugos e espantos
deixavam a não sei quantos,
nas caronas...

E as tartígradas, longas carreteadas...
E o umbu das lendas que não morrem.
E as canhadas fundas onde primeiro a noite acampa.
E as machucadas do tempo, as caladas cansadas,
as sombras das mortas taperas do pampa.

Quando o Juca Ruivo encilhou
o pangaré, e descambou lá longe,
já nós dois, índios soturnos, nos tratávamos de ermão...
E me deixou cevaduras de sua gaúcha mágoa,
Pra temperar a caúna das noites do meu fogão...

E onde andará o Ruivo amigo?
sombrio como mato grande...
mais entonado que um cerro...
quietito como laguna quando tem céus dentro d’água...?

(Aureliano de Figueiredo Pinto)

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(Do filme: O tempo e o vento - 2012)

‎"Pode conhecer-se a utilidade de uma idéia e, entretanto, não conseguir compreender o modo de utilizá-la!"
Johann Wolfgang Von Goethe

"Não é um DEVER ser gaúcho: é um PRIVILÉGIO ser gaúcho!" 
Paixão Côrtes

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Barranca 2012...

41º Festival da Barranca 
São Borja/RS


Pirisca Grecco, Miguel Tejera e Tadeu Martins 
foram os autores da música “Na Estação ali na Frente”, 
que venceu o 41.º Festival da Barranca de São Borja. 

Assim como as demais composições concorrentes, 
o tema foi feito num tempo máximo de 24 horas 
(umas 6 horas, mais precisamente afirmam testemunhas), 
e nasceu ali, na barranca do Rio Uruguai. Conforme o diretor desta edição do festival, 
Marco Antônio Loguércio, o evento teve a participação de 250 convidados, 
muita música e integração, onde a arte foi o destaque, mais uma vez, como ocorre há 41 anos, 
sempre na Semana Santa.

Pra comemorar o resultado, Pirisca publicou foto com a medalha e registrou em sua página no “facebook": 


“A estação ali na frente, 
Galponeira, sim senhor, 
Fogo grande hospitaleiro, 
Com mate e computador" ... 

"Muchas Gracias Tadeu Martins e Miguel Tejera pela parceria. 
Escrevemos nosso nome nessa bonita história de 40 anos da Barranca. 
Obrigado aos Angüeras e todos irmãos Barranqueiros!”. 
(Pirisca Grecco)


VENCEDORES
41º FESTIVAL DA BARRANCA 

-1º lugar: Na Estação Ali na Frente
de Tadeu Martins, Miguel Tejera e Pirisca Grecco

-2º lugar: Expresso 41
de Juca Moraes e Samuca do Acordeon

-3.º lugar: Marco de Tempo Novo
de Edegar Paiva, Flori Wehgner, Glênio Vieira, Jauro Gehlen e Toco Soledade

-Melhor Letra: Ontem e Hoje, de Antônio Augusto Fagundes
-Troféu Cigarra de Acampamento – Carlos Leandro Cachoeira 

(Na estação ali na frente - Campeã)


Shows “pré-Barranca” 

O segundo dos três shows que abrem o Festival da Barranca reuniu grandes nomes da música nativista e, principalmente, missioneira em Santo Ângelo na noite de terça-feira, dia 3. A realização dos shows aconteceu como parte do projeto Sinfonia das Águas pela lei Rouanet. A apresentação foi de Shana Müller, única exceção já feita à regra de não participação de mulheres no festival. Participaram do show Pirisca Grecco; Carlos Cachoeira e Texo Cabral; Jorge Freitas; Os Angüeras; Mário Barbará; Alejandro Brites; Rodrigo Icastro e Guilherme Falcão; Geraldo Trindade, Junior Benaduce e Jader Leal; Buenas e M’espalho (Shana Müller, Érlon Péricles, Cristiano Quevedo e Ângelo Franco); Lenin Nuñes e Sérgio Rojas; Elton Saldanha e Daniel Torres. Ao final, todos os artistas retornaram ao palco para cantar os hinos da Barranca e do Rio Grande do Sul.


Depois de Santo Ângelo, São Borja recebe show dos participantes do
41º Festival da Barranca. Público comparece em massa no Passo, em São Borja, na noite de quarta-feira, para assistir a última apresentação que marca o início do Festival da Barranca. O show fez parte do projeto Caravana da Barranca de Marquinhos Kroeff, dentro do Sinfonia das Águas. Mais uma vez o evento foi apresentado por Shana Müller.


Entre os artistas que participaram do show estavam Pirisca Grecco; Carlos Cachoeira; Texo Cabral; Os Angüeras; Mário Barbará; Alejandro Brites; Rodrigo Castro Guilherme Falcão; Geraldo Trindade; Junior Benaduce e Jader Leal; Buenas e M’espalho (Shana Müller, Érlon Péricles, Cristiano Quevedo e Ângelo Franco); Lenin Nuñes; Sérgio Rojas; Elton Saldanha; Maninho Pinheiro; Thiago Ferraz; Cabo Déco (Rafael Ovídio).


TERTÚLIA E SORTEIO DO TEMA

A 41ª edição do Festival da Barranca continuou no acampamento. A quinta-feira foi reservada para a tertúlia livre, momento em que cada um tem aberto o espaço para mostrar sua arte. A uma distância de poucos passos era possível encontrar rodas de violão onde se ouvia o nativismo novo e o consagrado, o choro, o rock e a seresta, deixando claro que a Barranca não tem preconceitos quando se fala de arte. 

Na sexta-feira à noite foi divulgado o tema do festival: “Próxima estação”. O tema, ao contrário do que sugeriram as brincadeiras dos barranqueiros, não está relacionado a trens ou estações de rádio, mas sim um novo tempo que há de vir. No sábado acontece o festival propriamente dito, com a apresentação das composições classificadas e a escolha da vencedora. 


Como acontece há 41 anos na Semana Santa, compositores e admiradores da música gaúcha estão reunidos às margens do Rio Uruguai para oFestival da Barranca, em São Borja. Para quem ainda não conhece o festival, explico: este é um festival diferenciado, por diversos fatores. Primeiro por que é fechado, só para convidados (a entrada de mulheres é proibida), e as músicas são produzidas lá mesmo. O tema é sorteado na sexta-feira Santa e os compositores tem 24 horas para apresentar a música pronta no palco, o que deve ocorrer na noite desse sábado. O tema deste ano, sorteado na noite de ontem é "Próxima Estação", conforme me informou o músico e estudante de jornalismo Guilherme Benaduce, de Santa Maria, que está participando esse ano. Aliás, o Guilherme será o "correspondente" do ABC do Gaúcho, e ainda nesse sábado, mandarámatérias exclusivas direto do festival, contando sobre o processo de criação dos compositores, além das curiosidades e premiação. Fiquem ligados aqui no blog! 


"Comício de Espíritos" 

Realizado sempre na Semana Santa, às margens do Rio Uruguai, em São Borja, o Festival da
Barranca - o mais antigo, realizado ininterruptamente - foi definido como "um comício de 
espíritos", pelo compositor Sérgio Jacaré Metz, e apresenta um fórmula interessantíssima, 
pois nele realmente nasceram inúmeras músicas marcantes do cenário nativista. As músicas criadas no festival não são registradas em discos, sendo assim consideradas inéditas, 
para fins de competição em outros eventos. Dessa forma, muitas concorreram em festivais 
nativistas e, várias foram premiadas. Entre as mais conhecidas estão Origens (de Nico e 
Bagre Fagundes), Partida (Mauro Ferreira) e Esteio e Sonho (Vinícius Pitácoras Gomes e Luiz 
Bastos).

*No site dos Angueras tem a relação das vencedoras, até 2002.
Também é possível ouví-las! 


OS ANGÜERAS 

O festival da Barranca foi criado pelo grupo Os Angüeras - Grupo Amador de Arte, de São Borja. Conforme o histórico disposibilizado em seu site, o grupo foi fundado em 10 de março 
de 1962, com atuação permanente nos campos da música, do teatro, da literatura regional e da pesquisa de folclore, o Os Angüeras - Grupo Amador de Arte, surgiu a partir do Departamento Cultural do chamado "Clube dos Dez" - grupo de amigos que se reuniam, periodicamente. Os fundadores foram Apparício e Suzy Rillo; Carlos e Maria Moreno; José e Magda Bicca; Sady Santiago e sua noiva Ana Rosa; Darwey e Mariazinha Orengo; Telmo de Lima Freitas e Vicente Goulart.

"O nome foi escolhido a partir da sugestão do poeta e historiador Apparício Silva Rillo. De 
origem Guarani, "Angüera" significa "espírito que volta" ou "alma que se devolve ao corpo", 
um pouco estranho a primeira vista, mas, logo, compreensível, pois o "Angüera" antes triste 
e caladão, virou cantador e tocador de viola, depois que os padres das Missões o batizaram e 
lhe deram o nome de Generoso e, assim, na mitologia missioneira "Angüera" pode ser 
considerado o patrono da música e da alegria gaúcha." 


RILLO 

Reproduzo mais uma vez o texto feito em 1985 por Apparício Silva Riilo,
um dos fundadores dos Angueras e do festival:

Entendendo a Barranca 

Nada acontece por acaso, segundo a teoria dos racionalistas (estes caras que são alimentados 
a ração balanceada). Talvez tenham lá suas razões, os cujos. Menos no que se refere ao festival da Barranca. Este nasceu por acaso como os nenês de novembro, frutos da semeadura suada do Carnaval.

Pois sucede que o pessoal de Os Angüeras e mais alguns de achego, desde pelo menos 1965, 
realizavam duas grandes pescarias no ano: uma na Semana Santa, outra em setembro. A primeira para o tradicional jejum de carne (mulheres não nos acompanhavam e até hoje não). A outra na Semana da Pátria, para escapar (desculpa ...) dos chatíssimos desfiles que são a tônica da efeméride cívica.


Para uma e outra pescaria vinham de Porto Alegre o Antonio Augusto Fagundes (Nico) e o 
Carlinhos Castilhos (Passaronga), com o Juarez Bittencourt (Chuchu) algumas vezes e, quando em quando, com outras caras mais ou menos simpáticas.
E aí aconteceu. Por acaso, repito, contrariando os racionalistas. A gente estava no 
“Pesqueiro da Bomba”, no Rio Uruguai, na Semana Santa de 1972. Havia tomado umas que outras, alguém falou na Califórnia da Canção acontecida em primeira edição no dezembro anterior, em Uruguaiana, quando uma voz (acho que do Passaronga, outros acham que outro, há quem jure que de um espírito) sugeriu: - E se a gente fizesse o nosso festival? Aqui mesmo, no improviso, na barranca do rio?

... Então, naquela Semana Santa, noite de quinta-feira, ficou assentado em cepo de três 
pernas que se faria o festival. O Tio Manduca (disso sim, me lembro) propôs que as 
composições tivessem por base, tema único, nomeou-se o presidente da “Comissão” e lascou o tema: “Acampamento de Pescaria”. E aditou, enquanto me filava o trigésimo oitavo cigarro daquele dia: - Sábado de noite os artistas se apresentam. Vocês têm o dia todo de amanhã para trabalhar o tema. Tá resolvido ...

... Houve três concorrentes neste primeiro Festival da Barranca, que, naquela época e porque estava em seu início, não merecia as maiúsculas que lhe dou. Carlinhos Castilhos, só e mal acompanhado; Nico Fagundes com “Fuça” no violão e, em dupla Zé Bicca e esta voz que vos fala. 
Apresentadas as composições, por ordem de sorteio, cantou o Carlinhos (palmas, palmas e 
palmas), cantou o Bicca (idem, idem e idem) e finalmente o Nico (ibidem, ibidem e ibidem). A platéia, meio sobre a empolgação, assentava-se em semicírculo. Todos (eu disse todos) 
votaram. Menos os concorrentes, claro. Ganhou o Nico, com “Eu e o Rio” – hoje gravada, como tantas composições que nasceram na Barranca para ganhar alguns dos mais importantes festivais nativistas do Estado.



O detalhe, nisso tudo, é que a composição vencedora (linda, a melhor da noite), nada tinha a ver com o tema proposto. Cantava a relação espiritual de um amante descornado com as águas do Rio Uruguai. Mas o fato é que ganhou. O que prova, desde a idade da pedra dos festivais nativistas, que júri deste tipo de evento não é flor de cheirar com pouca venta. 
A confraternização foi geral, o vencedor queria por que queria o prêmio (mas que prêmio 
caracos?). O Milton Souza ganiçava de raiva por que lhe haviam estragado a gravação (para a rádio São Miguel, ouviram?) por intervenção de calão não recomendável, eu achei que estava uma beleza, nada como o autêntico e o espontâneo para valorizar uma reportagem ... Aí o Milton me olhou de esquadro e eu saí pelo arrabalde. Pensando que Deus me desse saúde, engenho e arte, um dia eu ia escrever esse episódio.


O que faço, vinte anos mais velho, mas feliz. Porque o Festival da Barranca, nesse tempo, 
depois de catorze edições, faz por merecer as maiúsculas que agora lhe confiro."
(Apparício Silva Rillo - 1985)

Por Tânia Goulart 

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(Trêm do vanerão )

Trêm do vanerão - Vanerão
L: Binho Pires/Diego Müller/Tadeu Martins
M: Yuri Meneses
I: Pirisca Greco

Violão: Yuri Meneses
Gaita piano: Glauco Vieira
Cajon: Diego Muller
Flauta transversa: Texo Cabral
Baixo: Miguel Tejera

Vai a Barranca 
Nesse trêm do vanerão!...
Eu também vou,
Sobrou lugar nesse vagão!

Carrego a canha pra folgar do chimarrão...
Gaita nos "tento" e a meia-espalda o violão...
Peguei a china pra cuidar das "criação"...
- São Borja amiga: minha próxima estação!

Levo meus "plágio" pra montar minha canção...
Tem mais valor o que vai no coração...
Pra ver amigos nunca me falta carvão...
- São Borja amiga: minha próxima estação!

Chegando lá é gaita, pandeiro e violão...
Sou gente nova garantindo a tradição...
Já disse o Rillo... o Zé Bicca... e o Julião...
- São Borja amiga: minha próxima estação!!!

Café com pão...
Café com pão...
Café com pão...
Café com pão!!!...

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(Do filme: O tempo e o vento - 2012)

"Mesmo quando o pássaro caminha,sente-se que ele tem asas." 
ANBTOINE MARIN LEMIERRE

terça-feira, 10 de abril de 2012

A dama da viola...


...Helena Meirelles 


(Bataguassu, 13 de agosto de 1924 — Presidente Epitacio, 28 de setembro de 2005

Foi uma violeira, cantora e compositora brasileira, reconhecida mundialmente por seu talento como tocadora da denominada viola caipira (às vezes denominada simplesmente viola). Nascida na fazenda Jararaca, que ficava na estrada Boiadeira, que liga Campo Grande ao porto 15 do Rio Paraná, divisa com o estado de São Paulo, considerada a melhor violeira do mundo. Filha do boiadeiro paraguaio Ovídio Pereira da Silva e da mato-grossense Ramona Vaz Meirelles, apesar de nascer e crescer em uma época em que a viola era um instrumento proibido às mulheres, seu mundo não existiria sem esse instrumento. Cresceu rodeada de peões, comitivas e violeiros pantaneiros. Aprendeu a tocar sozinha e escondida, fugiu de casa aos 15 anos e teve o primeiro filho aos 17, de seu primeiro marido, com quem teve mais dois e viveu 8 anos. Começou a surpreender desde jovem quando chegava e tocava até de graça em festas, bailes e bares de Mato Grosso do Sul e no interior oeste do Estado de São Paulo. Sua música seguiu os ritmos de sua região, com influências paraguaias, entre eles, chamamé, rasqueado e polca. Sua música é reconhecida pelas pessoas nativas do Mato Grosso do Sul como expressão das raízes e da cultura da região. Sua primeira apresentação profissional em um teatro aos 67 anos. Começou a ser divulgada fora de sua região, quando foi apresentada (1980) por Inezita Barroso no seu programa Mutirão, na rádio USP de São Paulo, tocando ao vivo e mostrando seu trabalho. Depois a mesma Inezita apresentou a violeira em seu programa de música caipira Viola, minha viola, na TV Cultura. Depois dessas oportunidades, gravou uma fita, mas não recebeu atenção dos diversos meios de comunicação onde tentou a divulgação. Na década seguinte (1992), teve nova oportunidade ao se apresentar ao lado de Inezita Barroso e da dupla Pena Branca e Xavantinho, no Teatro do Sesc, em São Paulo. Porém, como muitas vezes acontece, o reconhecimento da violeira veio de fora do Brasil. 


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Documentário: Dona Helena

Gênero:
Documentário 

Atores:

Direção:

Idioma:
Português, 

Legendas:
Português, Inglês, Espanhol, Francês, 

Ano de produção:
2004 

País de produção:

Duração:
55 min. 

Distribuição:

Áudio:
Dolby Digital 2.0 (Português) 

Vídeo:
Letterbox (4x3) 

Cor:
Colorido 


Sua história e sua arte são mostradas neste documentário obrigatório para os amantes da música.








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Tudo começou quando um seu sobrinho enviou para uma revista especializada norte-americana, uma fita com gravações feitas de maneira praticamente amadora. Assim, no ano seguinte, aos 69 anos, a revista estadunidense Guitar Player a escolheu como Instrumentista Revelação do Ano, com o Prêmio Spotlight (1993). Foi um extraordinário prêmio par quem injustamente antes não obtivera o merecido reconhecimento em seu país, talvez por puro preconceito contra sua arte. Foi eleita então, pela devida revista (com voto de Eric Clapton), como uma das 100 melhores instrumentistas do mundo, por sua atuação com diversos cordofones, em especial viola e violão. Desde então passou a ser observada e valorizada por onde passou, tendo inclusive, no mesmo ano participado de um grande show em São Paulo com a dupla Tonico e Tinoco e, nos anos seguintes, gravou vários cd's. 


Sua técnica de solos era muito distinta do que se tinha por habitual à viola caipira, usava uma afinação diferente (não muito bem nomeada por ela, mas vezes evocada como paraguaçú, três cordas ou rio abaixo) além de priorizar o uso horizontal e as variações rítmicas de palhetadas. 


Aos 81 anos, esteve internada na Santa Casa de Campo Grande, Estado do Mato Grosso do Sul, por dez dias com pneumonia crônica nos dois pulmões, recebeu alta e, dois dias depois, morreu em casa, vítima de uma parada cárdio-respiratória, aos 81 anos, tendo seu corpo sido velado no cemitério Parque das Paineiras, na avenida Tamandaré. Ela tocava também bandolim, rebeca e violão, mas foi com a viola que ela consagrou-se e revelou os encantos musicais de uma região de um país musical, dedicando a vida inteira ao som do mato e traduzindo a alma do pantaneiro. Casou uma vez e depois viveu com vários parceiros seguidamente e teve onze filhos. 


Não havia notícia conhecida, até seu aparecimento, sobre esse jeito peculiar de se tocar -prioritariamente solado- e após sua morte não houve repercussão técnica e mimética considerável de Helena Meirelles; os dois violeiros até então influenciado, manutentores e inovadores da herança técnica e sonora deixada por Helena são Milton Araújo e Rainer Miranda



Álbuns 

§ 1994 - Helena Meirelles 
§ 1996 - Flor de guavira 
§ 1997 - Raiz pantaneira 
§ 2002 - Ao vivo (também conhecido como De volta ao Pantanal) 
§ 2004 - Os bambas da viola (compilação com um tema de Helena Meirelles) 



Filmes 

§ Helena Meirelles, a dama da viola (2004); dir. Francisco de Paula 
§ Dona Helena (2004); dir. Dainara Toffoli 



Ligações externas 



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(Foto: Edson Larronda - Bagé/RS)

"A mulher que ama mais não trai, a que trai por amar... O filho que a casa deixou a mão que escreve palavras assim belas. Talvez queira nelas
Contar a sua própria dor, vou assim... Transferindo para as palavras o que meu coração jura negar, espelhando o rosto de amores alheios, querendo que o meu olhe por um só instante o que eu teria a dizer... Chora viola... Chora viola!!!"
(Letícia Pessoa)

Berega...


Morre o artista plástico uruguaianense Berega



Com pesar que fica aqui o comunicado de falecimento do artística plástico Berega – Luiz Alberto Pont Beheregaray - ontem, dia 09/04, em Uruguaiana. O sepultamento foi hoje, terça-feira, dia 10/04, às 15h. 


Luiz Alberto Pont Beheregaray, conhecido por Berega, nasceu em 26 de maio de 1934 em Uruguaiana, Rio Grande do Sul, Brasil.

Desenvolveu seu gosto e talento pelo desenho ainda na infância mas somente passou a trabalhar profissionalmente como artista plástico no início da década de 70.
Sua temática foi recorrente às impressões da cultura de sua terra, sua região e suas impressões de sua infância em meio ao pampa gaúcho: sua gente, sua cultura e suas coisas e o inseparável cavalo. Neste quesito, rompeu fronteiras e o retratou em inúmeras raças, nos infinitos movimentos, usos, culturas e esportes.
Berega ficou conhecido pelo traço inconfundível, que retratava o jeitão autêntico do homem do campo, com riqueza de detalhes. Era apaixonado pela cultura regional gauchesca, estudioso meticuloso de todos os aspectos relacionados, de sua história aos seus costumes. De suas matizes às suas texturas. De seus movimentos à sua impressão estática de sua forma. De sua força à complascência na fragilidade de linhas tênues e delicadas perpetuadas em seu trabalho.


Tem sido sempre lembrado pelos nativistas, tradicionalistas, estudiosos e artistas por ter marcado referência em vários aspectos, recebendo ainda homenagens e citações em outras obras como poesias e letras de músicas.
Berega em seu traço forte, meticulosamente trabalhado, vai desde o lado jocoso dos tipos terrunhos nos sempre lembrados Calendários da Petróleo Ipiranga S.A. (que circularam entre 1979 a 1999) às centenas de retratos realistas de pessoas e animais usando uma técnica que aprimorou por anos na pintura sobre couro como suporte.
Mostrando desenvoltura do desenho à pintura, do humor ao retrato realista, nunca deixou de estudar à fundo os detalhes, os porquês, a origem. Reflete assim um artista que sempre buscou o completo e o fiel embasado em sua pesquisa, características de seriedade com seu trabalho e disposição na busca da melhoria contínua.



A ARTE DE BEREGA

-Califórnia da Canção Nativa - 1983

- Calendário Ipiranga - Out/dez 1993

-Posando para a Posteridade – 1983

Texto de Berega: 
Campeões de Truco e Rinha, vice de Tava e menção honrosa de Bocha, foi a premiação que a "Flor e Truco", obteve no último "Rodeio Literário, Desportivo e Recreativo". A sede social funciona provisoriamente nos fundos do bolicho "El Sapo Milonguero", do basco Etcheveray. A Sociedade, na verdade, é bem mais recreativa que cultural, mas quem sabe se entre seus componentes não estará um futuro membro de alguma insigne Academia de Letras, um político de renome ou um distinto presidente do Clube Comercial. Quem viver, verá! 

-O Mascate - 1986 

Texto de Berega: 
Geralmente chamado de "turco", mesmo quando não o era; montando uma mula zaina e cabresteando o cargueiro, de tempos em tempos como um Papai Noel campeiro, pilchado e aculturado, o mascate aparecia. Esvaziava as bruacas e enchia os olhos das mocitas do pago com cortes de chitas, espelhos, grampos, sabonetes, meias de musselina e mais mil e uma chucherias; maravilhando aqueles que se encontreavam tão longe dessas coisas tão simples. Aos homens, oferecia uma faca de bom aço, um poncho bichará, cigarro feito e alpargatas da extinta marca Martinez & Iglesias. Até a piazada ficava encantada com os caramelos, chupa-gansos, pastilhas, piões e bolitas. Já vão muito longe os velhos mascates, esses vendedores de sonhos, que desapareceram no brete do tempo. 

www.berega.com.br 

Obras

Seu trabalho na temática gauchesca o enquadra no que os platinos denominam pintor costumbrista.
Em suas pinturas de cavalos mostra um estilo dentro de uma técnica própria e original: tinta sintética sobre suporte de couro. Retratou nesta técnica vários animais ganhadores de prêmios ou de apreço significativo de seus proprietários. Pintou várias raças, sendo a sua maioria em cavalos crioulos e árabes, mostrando profundo conhecimento de suas características, chegando inclusive a receber convite para julgar algumas provas morfológicas na Exposição Internacional de Esteio, RS. As demais raças retratadas, como exemplo, foram o PSI (Puro Sangue Inglês), Brasileiro de Hipismo, Apaloosa e Campolina.

Retratos de cavalos de sua autoria encontram-se em coleções particulares e de criadores em vários Estados barsileiros e do exterior como Argentina, Uruguai, Paraguai, Estados Unidos da América, Suécia, Alemanha, entre outros.

Autor de capas e ilustrações de vários livros e revistas.

Autor dos álbuns de própria produção em off-set:
Garanhões Árabes - Estudos de Cabeças (1977);
Cavalos - Desenhos de Berega (2 edições - 1980 e 1983);
Garanhões Árabes (1983);
Gaúchos e Cavalos (6 edições 1982).



Autor das ilustrações dos calendários da Fertisul e Petróleo Ipiranga S.A. dos anos de 1979 à 1999, retratando de forma jocosa o gaúcho e resgatando cenas campeiras do cotidiano com um trabalho de pesquisa e veracidade de seus costumes e cultura. Em alguns calendários fez parceria com os versos do poeta Jayme Caetano Braun.
Autor das ilustrações do calendário da Cooperativa Central Gaúcha de Leite Ltda. (CCGL) (1992).

Teve seu trabalho focalizado várias vezes pela Revista Hippus de São Paulo, especializada em cavalos de criação e esporte, Revista da Associação dos Criadores de Cavalo Crioulo (ABCCC) e Revista da Associação dos Criadores de Cavalo Árabe (ABCCA).
Trabalhos de sua autoria foram adquiridos para presentear o Ex-Presidente da República Federativa do Brasil João Batista Figueiredo, ao Ex-Vice-Presidente Aureliano Chaves e ao Ex-Presidente da República Oriental do Uruguai Julio Maria Sanghinetti.

Alguns de seus trabalhos encontram-se na Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, em Washington DC.
Membro da Society of Equestrian Artists, sede Londres (UK).

Retratou em suporte de couro outros animais como gado bovino, ovino e cães, bem como pessoas associadas ao cavalo como em esportes, criadores e proprietários.
No início de sua carreira desenvolveu trabalhos na arte sacra e medieval, trabalhando técnicas de envelhecimento com uso de vernizes e betume.

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(Tropilha crioula - Berega)

"Quando uma árvore é cortada ela renasce em outro lugar. 
Quando eu morrer quero ir para esse lugar, onde as árvores vivem em paz!
(Tom Jobim)