Por DIEGO MÜLLER

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Neruda...

...El Pablo!



Não te quero senão porque te quero,
e de querer-te a não te querer chego,
e de esperar-te quando não te espero,
passa o meu coração do frio ao fogo.
Quero-te só porque a ti te quero,
Odeio-te sem fim e odiando te rogo,
e a medida do meu amor viajante,
é não te ver e amar-te,
como um cego.

Tal vez consumirá a luz de Janeiro,
seu raio cruel meu coração inteiro,
roubando-me a chave do sossego,
nesta história só eu me morro,
e morrerei de amor porque te quero,
porque te quero amor,
a sangue e fogo.

(La canción desesperada - Pablo Neruda)

É assim que te quero, amor,
assim, amor, é que eu gosto de ti,
tal como te vestes
e como arranjas
os cabelos e como
a tua boca sorri,
ágil como a água
da fonte sobre as pedras puras,
é assim que te quero, amada,
Ao pão não peço que me ensine,
mas antes que não me falte
em cada dia que passa.
Da luz nada sei, nem donde
vem nem para onde vai,
apenas quero que a luz alumie,
e também não peço à noite explicações,
espero-a e envolve-me,
e assim tu pão e luz
e sombra és.
Chegastes à minha vida
com o que trazias,
feita
de luz e pão e sombra, eu te esperava,
e é assim que preciso de ti,
assim que te amo,
e os que amanhã quiserem ouvir
o que não lhes direi, que o leiam aqui
e retrocedam hoje porque é cedo
para tais argumentos.
Amanhã dar-lhes-emos apenas
uma folha da árvore do nosso amor, uma folha
que há de cair sobre a terra
como se a tivessem produzido os nosso lábios,
como um beijo caído
das nossas alturas invencíveis
para mostrar o fogo e a ternura
de um amor verdadeiro.



PABLO NERUDA...
(NOME DE BATISMO: NEFTALÍ RICARDO REYES BASOALTO) (PARRAL, 12 DE JULHO DE 1904 — SANTIAGO, 23 DE SETEMBRO DE 1973) FOI UM POETA CHILENO PREMIADO COM O NOBEL DE LITERATURA DE 1971, UM DOS MAIS IMPORTANTES POETAS DA LÍNGUA CASTELHANA DO SÉCULO XX E CÔNSUL DO CHILE NA ESPANHA (1934-1938) E NO MÉXICO.

(FONTE WIKIPÉDIA - HTTP://PT.WIKIPEDIA.ORG/WIKI/PABLO_NERUDA)
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Que haverá com a lua que sempre que a gente a olha é com o súbito espanto da primeira vez?
(Mário Quintana)

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