Por DIEGO MÜLLER

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Escrever...

... e (re) escrever!!!



Nesse mês já bem passado de setembro, muita coisa se parou saudosista em meio a tanta correria e tantos compromissos, incluindo muitas músicas que há anos não ouvia, CDs que há tempos não revia, assim como músicas que marcaram um ciclo de amadurecimento e aprendizado musical, hoje impregnado em tudo que faço como pessoa e nos ramos em que atuo. Retornei há um mundo do qual nem notei ter me afastado, se somando ao quase encerramento do ano de 2014, onde os festivais terminam seus ciclos, num ano do qual nunca me esquecerei, com obras carinhosamente aplaudidas e abraçadas no palco dos mesmos. Assim, absorvendo tudo isso, em meio há muitas charlas e bate-papos, muitos assados e muitas noites de truco, alguns me perguntaram quando e como comecei a escrever, ou a tentar colocar idéias e passagens em forma de versos. Nunca parei para analisar todo esse processo, que vejo hoje como natural (e com naturalidade) e sempre em crescimento, mudança e amadurecimento.

Mas tentarei, acho, relatar e citar a todos...
...Até para ficar como registro!

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Vamos ver por onde começo (tentarei ser cronológico e detalhado)!...

Minha vida em casa sempre foi rodeada (maciçamente) de muito material sobre cultura, de muita cultura mesmo. Muito disco, muito livro, recortes de jornais, fitas de vídeo, fitas k7, e tudo mais que se possa imaginar. Meu pai sempre foi um rato de cultura, a ponto de emprestar e ceder muito de suas buscas e sua biblioteca até ao próprio Paixão Côrtes (amigo do qual temos, com muita honra e respeito), para complemento e "pesquisa" de suas pesquisas. Acho que ele (meu pai) teve uma barbara influência para essa busca de material com alguns dos antigos do CTG Brazão do Rio Grande de Canoas/RS, entidade que me viu nascer e me criou. Acho que o "Sr. Neco" tenha sido o maior influenciador, não sei bem... Mas Acredito! Eu brincava em meio a livros importantes e raros da nossa cultura, sem nem saber da importância deles (como as primeiras edições de Lendas do sul, de Simões Lopes Neto, primeiras edições dos livros de Aureliano de Figueiredo Pinto, versões variadas de Martim Fierro, capa de couro, capa de madeira, obras de Debred, Fernando Assunção, Carlos Vega, Berutti, Saubidet, livros autografados por Zeca Blau, Jayme Caetano Braun, Aparício, etc e etc). Muitas vezes acabei estragando livros importantes desses brincando de algo que nem me lembro o que era. Haha. Coisa de guri e de convívio normal com essas preciosidades. As tardes de sábado lá em casa, que eram dias de limpeza, eram regadas ao som Ernesto Montiel, Antonio Tarrago Rós, Coquimarola, Los Chalchaleros, Los fronteirizos, etc. Dos repertórios gaúchos se ouvia muito vinil, pois tínhamos muitos (cuidados até hoje): Variava entre Os mirins (antigos), Os serranos (antigos), Airton Pimentel, Mário Barbará Dornelles, Os posteiros, coletâneas de galpão crioulo, Gilberto Monteiro, dentre muito mais. Festivais também eram apreciados e colecionados: Califórnia (todos), Coxilha, Carijo, Reponte,Tertúlia, Primavera, todos da Vigilia e todos da Reculuta, dentre muito mais.

Escutava muitas histórias dos amigos mais próximos, que possuíam contato com grandes nomes do nosso gauchismo. Noel Guarany certa vez passou por canoas e parou no CTG Brazão do Rio Grande, na década de 70, mostrando um pouco de seu trabalho, cantando potro sem dono, na tentativa de buscar recursos para gravação de seus discos. Shows com Cenair Maicá foram realizados dentro dessa mesma entidade. Os fronteiriços, de Algacir Costa, Clari Costa (do Yamandu no colo), muito baile animou nesse mesmo galpão. Histórias dos muúripas em parceria com os maiores nomes do nosso nativismo, em festivais e shows. Tudo isso se acumulava cheio de glamour em meu pensamento de piá. Quase fantasia!

Paralelo a isso, inevitável de aceitar que os concursos e os CTGs, e seu meio de danças, tenham me aproximado de pessoas e de grupos das quais me mostraram rumos coerentes com toda cultura que eu tive sempre em casa - identificação. O Fegart, em Farroupilha, sempre me mostrou muita coisa diferente da qual sempre via em canoas mesmo, com muita cultura e manifestações tantas. Nas épocas de 92, 93 e 94, por exemplo. Ou o Fecart catarinense de 94. Os grupos do Rui Arruda Antunes (e de seus irmãos Mario Arruda, Carla Arruda, Carlos Arruda... e do amigo e mestre Ramiro Amorim). Assim como os rodeios de Araranguá 95, e tanto mais. Os livros de danças e versos para danças eram constantes lá em casa, onde consultava seguido para leitura pessoal e cultural própria. O auge disso tudo foi em 96, creio, onde numa ida ao rodeio internacional de Vacaria me deparei com grupos de danças referências, dos quais sempre imaginei assistir e assimilar. Me recordo do entusiasmo de guri de 15 anos assistindo aquele evento todo, chula, dança, declamação, canto, shows, etc... Muita gente gaúcha. E no meio dos concursos de danças, vendo esses grupos referências, escutar quadrinhas que nunca tinha escutado, porém com um sentido e uma roupagem folclórica de muito e total valor. Aquilo sim mexeu comigo... E numa estranheza bárbara de saber porque nunca havia visto antes aquelas quadrinhas inéditas (para mim e talvez para todos do evento). Estranheza, pois, a maioria dos livros de danças que possa imaginar e de quadras eu tinha e não prestava tanta atenção assim, talvez... Não sei! Não sabia bem! Eram versos de tatus, cana verdes, chamarritas, pau de fitas, etc e etc. Muita coisa nova, nunca antes assimilada, onde os grupos faziam questão de colocar essas novidades em palco. Bom, Chegando em casa catei todos esses livros, ainda embalado pelo êxtase pôs vacaria, juntei um a um em meu quarto. Revirei todos, li todos... E resolvi fazer uma coleção (com apenas 15 anos) a estilo "cancioneiro guasca" e "cancioneiro gaúcho", de todas essas trovinhas populares e folclóricas. Ao todo formaram uma junção de 2000 para mais... Que aumentavam a cada dia, de maneira muito espontânea. Juntei em 3 livros separados, escritos e catalogados a mão... E foram tantas danças e temas: tiranas, queromanas, chamarritas, rancheiras de carreirinha, além das mais conhecidas. Haviam as inéditas também, como a cachaça, o fumo, serrana, pinheiro, etc e etc. Muita coisa! Ícaro Aquino acompanhou um tanto dessa época, e muito estranhou os CDs que passava para fita k7 em sua casa, haha (o que depois virou um grande e importante site pioneiro de divulgação importante da nossa música).

Nesse mesmo ano (1996) Canoas abraçou o seu primeiro festival de musicas. A canoa do canto nativo, com participação de muitos nomes clássicos da época dos festivais. Os maiores nomes daquela década estavam em canoas, cruzando nos bastidores e nos camarins do qual eu também cruzava (por ter meus pais e tios trabalhando e ajudando na organização do mesmo evento). Pia de 15 anos conhecendo de perto cada artista e suas peculiaridades: Passarinho, Paim, Mano Lima, Luiz Carlos Borges, Daniel Torres, Lucio Yanel, Gilberto, dentre tantos mais. Mais uma experiência a mostrar um local mágico do qual sempre almejei chegar a partir disso. Na época lugar impossível... Mas sonho!

Nessa época ia, uma vez por ano, a casa dos meus padrinhos Celso Costa e Sonia India Soares DA Costa, em Santo Antônio da Patrulha, onde via e me encantava com as guitarradas crioulas do celso, cantando temas folclóricos, como rancheiras recolhidas do folclore e muito mais coisas que também não imaginava. Me recordo de uma das noites tocando: menina, casa comigo... De uma maneira diferente da qual eu conhecia, diferente da versão pesquisada por João Sampaio e musicada por Pedro Ortaça. Voltando de lá, já somado ao que assimilei dos versos recolhidos, nasceu em uma noite de sábado um tema (pela primeira vez pra mim) criado de minha lavra dentro do meu quarto... Era uma letrinhas simples e singela, a estilo "menina casa comigo" que citei! Pena que se perdeu no tempo, mas me recordo que tinha imagem e roupagem tão folclórica quanto as 2000 quadrinhas populares das quais juntei com o tempo. Nessa época estudava no primeiro ano do segundo grau, na escola cristo redentor, de canoas... E numa das aulas de segunda-feira de manha me deparei distante da aula, escrevendo uns versos sobre o vento... Inspirado em letras específicas do Jayme Caetano Braun! A letra essa já se parou feia, pois tinha roupagem mais "festivaleiro" e não tão ingênua e folclórica como a anterior! Mas para aprendizado, acho que valeu e muito! Tema esse que também se perdeu no tempo! Pena!

Bom, voltando às influências...
Um dos meus amigos (conservados até hoje), muito identificado com a cultura gaúcha, ia seguido para a serra gaúcha, em Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Antônio Prado e Farroupilha, da qual convivia com pessoas iluminadas do nosso gauchismo, da qual defendem a bandeira com guardiões de uma patria... E ensinam realmente os outros sobre essa bandeira levantada. Adriano Bruzza voltava da serra trazendo varias dicas e idéias sobre tudo o que era visão gaúcha das coisas! Certa feita revirando meu acervo de discos (do pai), acervo que sabia que existia mas nem tanto me importava em olhar com calma (pelo costume de te-lo sempre tão perto) ele buscou e se espantou com discos clássicos, da qual esses mesmos seus amigos serranos jamais conseguiram encontrar e idolatravam como relíquias do nosso cancioneiro (e eram mesmo): discos todos de Noel Guarany, todos de Cenair Maicá, todos de Pedro Ortaça, muita coisa de Jaime Caetano Braun, o primeiro disco de Luiz Marenco (cantando Jayme), Chaloy Jara, Dedé Cunha, Reduzino Maluquias, e assim por diante. No primeiro momento não entendi tanto o espanto dele... Mas com o tempo óbvio que eu mesmo fui me apavorando. Nas suas tentativas de passar todos aquele material para cassete, me animava também e realizava as mesmas cópias. Muito do que hoje faço e escrevo me vem desse momento, que ainda guardo em minha visão, como se fosse hoje! Muito mareamos eu, Adriano e oMarcelo Wolf (Benvindo) assimilando essas "novidades" para nós!

Nessa mesma época meu quarto era quase que um galpão estancieiro, uma extensão da casa grande, onde eu trabalhava (empolgado, como sempre, com as coisas de grupos de danças e seus acessórios) com couro, tentos e loucas... Nada de guasqueiro, muitíssimo longe disso. Realizava na verdade as feições de tentos para atar esporas, coldres para guaiacas, barbicachos crus para chapéus, algum incremento para bainhas e facas, e tudo mais. O "olor" de couro e de cebo era instigaste e me deixou marcas até hoje de nostalgia e gauchismo, da qual não sei se entenderão ou se eu consigo explicar. Fórmula tempo que me ensinou demais. O som desse quarto era regado a toca fita, onde ia para casas de amigos e passava todos aqueles discos citados anteriormente para fita cassete, e escutava nas noites pós aula. Noel Guarany sempre era o preferido. Sempre o que mais me emocionava. Em segundo lugar Luiz Marenco. E assim me revezava. Um pouco depois, veio o cd... E compramos alguns que iam saindo nas lojas, como primeiros exemplares de uma cultura que estava ganhando nova mídia e novo mercado. Não possuía aparelho de cd, apenas os discos. Então nova,ente ia eu para a casa dos amigos realizar a cópia deles para fitas magnéticas... E Te hoje lembro dos primeiros CDs comprados e escutados. Todos eles marcaram na feição da cultura musical que hoje agrego: Jorge Guedes (o primeiro individual), Joca Martins, Xucro ofício (o que mais gosto desse cantor), Calogornia da canção nativa (contendo o clássico e perfeito tema: GAÚCHO, do Jayme e do Talo Pereyra, cantado pelo Guedes), Luiz Marenco, em De a cavalo, Pedro Ortaça (o primeiro com os filhos), Cenair Maicá (caminhos) e Troncos Missioneiros. Esses foram os discos que mais me marcaram. Com o tempo vieram outros tantos e mais. Mas esses foram os primeiros! E se repetiram tantas vezes!

Com o tempo fui me interessando pela leitura de poemas e no descobrimento maior e não tão superficial em Jayme Caetano Braun, Aparício silva Rillo e Aureliano de Figueiredo Pinto. Tinha em casa todos os livros deles, incluindo algumas edições autografadas pelos mesmos. Vejam só! E nesse meio tempo descobri (nos CDs e nos discos) João Sampaio, José João Sampaio da Silva... Nome do qual me passava um enorme folclore só em lê-lo! Identificava nesse nome e em suas obras uma força e um tempo muito antigo e singelo ainda permanente em suas escritas, pois era e sempre foi o mais fértil dos poetas do RS. Resolvi então escrever umas coisas... Coisas de principiante... E escrever ao Sampaio, em Itaqui, para saber de seu aval sobre o que tinha posto no papel, e em de repente ter umas parceiras com esse mestre, totalmente despretensiosas. Queria muito conhecer e saber de alguma parceria com o parceiro de Noel Guarany, Pedro Ortaça, Jorge Guedes e Luiz Marenco. Mandei uma carta... Com 8 poemas, e o meu desejo de escrever, de lambuja junto. Estava no banho e não é que o dito me liga!? Sai correndo para atender e o mesmo me recita dois dos poemas já prontos em parceria!... nem esperava! Minha emoção foi enorme, coisa de guri! Imaginem! Ele agradeceu e disse que seria um prazer a parceria,me que na mesma semana enviava os mesmos 8 poemas prontos e digitados. E enviou. Imagina minha satisfação! O primeiro poema da parceira já tinha sido enviada e musicada pelo Walther Morais (hoje canoense), do qual admirada desde a época dos Serranos, com alguns temas clássicos da qual todos ouviam. E assim me animei e segui escrevendo! Essa parceria com o Sampaio se perpetuou e rendeu em torno de 400 temas, mais ou menos (nunca contados precisamente)... Todas muito ricas em folclore e cheiro de terra! Me orgulho de cada uma e de tudo que aprendi e aprendo com ele, suas paisagens, seus lugares, seus professores e seus pensamentos! Muito de minha poesia é causa dele e dedicada a ele!

Quis mais... e segui a frequentar cada festival do qual podia ir... nunca assistia as músicas. As mesmas escutava a posterior nos CDs ou nas rádios (quando ainda aviam rádios com programas de festivais). Ficava nos bastidores... falava, escutava, cuidava, olhava, aprendia... e muito me fiz dessas charlas! Conheci cada canto do Rio Grande... Itaqui, São Borja, Uruguaiana, Santa Rosa, Jaguarão, Livramento, Bagé, Aceguá, Rio Grande, Sãi Luiz Gonzaga, Maçambará, Mbororé, Santiago, Jaguari, Santa Maria, Tupãnciretã, fronteira, missões, serra, litoral, centro... conheci bolichos... canchas de carreira... taperas.... estâncias... chácaras... granjas... carreteras... corredores... rinhadeiros... pesqueiros... rios... campos... casarões... italianos... alemães... polakos... crioulos... mastiços... guaranys... almas charruas... castelhanos... chibeiros... contrabandistas... músicos... declamadores... carreteiros.... e tudo mais que esses interiores podem nos acrescentar! Olhei e cuidei cada um... assimilei muito de Rio Grande e muito de nossa gente!

Com o tempo ainda andando conheci e realizei o sonho de ter parceiros com todos os meus mestres e com quase todos os que escutava quando era pia... guarde a amizade de todos como grandiosos regalos e eternos aprendizados: Pedro Ortaça, Jorge Guedes, Valdomiro Maica, João Sampaio, Rodrigo Bauer, Joca Martins e tantos mais. Outros conheci na estrada e se tornaram grandes e preciosos parceiros e amigos, dos quais só lamento a distância para mates mais constantes e regados de aprendizados: Martim César, Érlon Péricles, Cristiano Quevedo, Leonardo Borges, SGoulart Muller, Robledo Martins, Edilberto Bérgamo, Cristiano Fantinel, Halber Lopes, Binho Pires, Everson Maré Silveira, Oscar Massitta, Alessandro Gonçalves, Paulo Timm, Piero Ereno, Raineri Spohr,Marcelo De Araújo Nunes, Ricardo Comassetto, e tantos mais!

E assim fui indo. E assim estou indo!...
...sem querer ser artista (minha profissão é outra), sem querer ser mai que ninguém, sem pretensões de "livros" ou "cds" como troféus maiores da minha "obra"... da qual fala muito de mim e muito de cada coisa que olhei e que tenho como valores!

Ainda nesse meio encontramos e sempre encontraremos pessoas iluminadas das quais também damos algumas simples dicas, que abrem porteiras para subir cada vez mais nesse ramo musical e compositor... Como o caso do amigo Filipe Calvete Corso, que pra mim tem sido uma das mais agradáveis e gaúchas surpresas dos festivais atuais (assim como seu irmão Henrique Corso). Muitos outros assumi a parceria e levei por diante, para vê-los felizes com suas obras, e pra ver se lidam melhor com seus talentos, como Maurão Augusto Cenci, Alex Cabral, Mauricio Nunes, e alguns outros amigos, dos quais sempre os quero bem!

Fico feliz pelo meu "dom" e pelo trabalho e suor que coloco em cima dele. Sempre fui muito difícil para mim escrever e dizer em forma de verso com qualidade tudo o que penso. Sou capricorniano, quieto, fechado, observador... escuto mais do que falo... o que se torna inevitável a necessidade da palavra escrita para falar de mim! Aprendi isso! Por isso do meu estremo orgulho e do meu modo de divulgação do que realizo. Vaidade quanto as obras, não tenho... Orgulho, sim: são filhos dos quais olho sempre, escuto, leio e divulgo aos que conheço e me conhecem!



Bandeiras levanto...
...E sempre erguerei!

"Há braços" aos amigos...
...e sigam com seus Valores!

E que 2015 seja cada vez mais repleto de luz, cultura e de pessoas boas!

Diego Müller de sempre!!!

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"Eu não escrevo em português... Escrevo eu mesmo!!!"
Fernando Pessoa

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