Por DIEGO MÜLLER

sábado, 21 de julho de 2012

Águas...




Sertão das águas
(Martim César)

Arrepare n’água, seu moço
Parece ser tão igual
Mas o seu jeito de poço
Dá bem a cor do seu mal...

Eu vô fiando essas rede
Tentando sobrevivê
Olhando o rio, que de sede
Já não faz mais que morrê...

Meu pai contava, seu moço
Que em tempos do meu avô
Havia festa... alvoroço
Na volta dos pescadô...

Agora as rede se some 
Pelas fundeza do rio
E quando voltam os home
Só barco e olhos vazios...

Não sei vivê doutro jeito
Sou pescadô de pequeno
De quando as água do leito
Não conheciam veneno...

...Vejo no olhar do meu filho
A mesma interrogação
Pra quê as rede que eu fio
Se a vida volta mais não?


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“Terra... és o mais bonito dos planetas!!!...”
Beto Guedes

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