Sertão
das águas
(Martim
César)
Arrepare
n’água, seu moço
Parece ser
tão igual
Mas o seu
jeito de poço
Dá bem a cor
do seu mal...
Eu vô fiando
essas rede
Tentando
sobrevivê
Olhando o
rio, que de sede
Já não faz
mais que morrê...
Meu pai
contava, seu moço
Que em
tempos do meu avô
Havia
festa... alvoroço
Na volta dos
pescadô...
Agora as
rede se some
Pelas
fundeza do rio
E quando
voltam os home
Só barco e
olhos vazios...
Não sei vivê
doutro jeito
Sou pescadô
de pequeno
De quando as
água do leito
Não
conheciam veneno...
...Vejo no
olhar do meu filho
A mesma
interrogação
Pra quê as
rede que eu fio
Se a vida
volta mais não?
“Terra...
és o mais bonito dos planetas!!!...”
Beto Guedes
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