...Em que tudo era cinza!
Foi num desses dias...
Foi num desses dias em que tudo é cinza
Em que o céu da gente se vê mal e mal
Em que nuvens negras de repente choram
Quando em nossa alma brota um temporal...
Foi num desses dias em que varre o vento
Gotas que transpassam as frinchas dos galpões
Em que ruminamos recuerdos antigos
Em roda do fogo... batendo os tições...
Hay mucho que pensar – se dicen los paisanos
Pero entra y sale año y hay que trabajar
Hay que trabajar – me dicen mis hermanos
Y les contesto que es en vano si se hace sin pensar
Foi, talvez, cismando – por culpa do aguaceiro -
Quando as horas passam e o tempo não muda
Em que açoita a alma um desses sentimentos
Que só nos encontra... num dia de chuva!
Foi num desses dias de chuva constante
Fora e dentro d'alma, turvando as distâncias
Em que olhares tristes sonham ter um chão
Mas não vão além das cercas da estância...
Foi num dia desses que fiquei pensando
Que livre é aquele que colhe o que planta
Em searas alheias só há sonhos de barro
E quando a chuva chega tudo se desmancha
Diego Müller/Maurício Raupp Martins/Martim César
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