quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Em ti...

Em ti...



Em ti...

(Diego Müller)


Olhei em ti – primavera – alva flor nos vendavais...
Algo de raiz estanque recaindo a um nunca mais!...
Sorrisos de encantar cenas, luzeiros em cada olhar...
– Mirada que prendeu sonhos que não querem regressar!

Mirei em ti – calmaria – rio manso que escorre ao léu...
Braços de buscar guarida, cabelos da cor do mel!...
Quimeras redesenhadas nos rumos de uma poesia...
– Rancho novo (quincha e barro) pros meus abrigos do “um dia”!

Busquei em ti – tempestades – vento e mormaços na pele...
Calor me aquecendo os rumos, por mais que o tempo enregele!...
Algo de buçal trançado sobre os descasos de potro...
– Um abraço que, espelhado, busca os braços de um outro!

Sonhei em ti – corredores – ganhar o mundo por conta...
Descobrir dentre as quimeras o que tua fala não conta!...
Cerca que repreende o longe, mas direciona meu prumo...
Um tanto de sombra mansa... aguada... e de novo ao rumo!

Vivi em ti – temporário – nas constâncias de um eterno...
Dure quanto durem os giros de um mundo que almejei terno!...
– Só almejei, pois calmarias não avistei nesse olhar...
Ando cismado por conta deste mundo a desvendar!

Perdi em ti – poço fundo – decaindo à escuridão...
Apertos – por desandado – nas brechas de um coração!...
– Vou estanque, aprisionado, no que me restou por diante!...
– E a dor me provou o contrário: temporário, não... constante!!!





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(Francisco Madero Marenco)

"A melhor maneira de começar um companheirismo
é com uma boa gargalhada...
De terminar com ela, também!"
Oscar Wilde

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