Da canhada ao porteirão
(Diego Müller/Severino Rudes Moreira)
Da a estância até a venda
É légua e pico de estrada...
– Distâncias se desenhando
Pra uma linda carreirada!...
Fazer mandados do pai:
Erva, fumo e goiabada...
– Um frasco de canha buena
Pra esquentar madrugada!
No peticito baio ruano
– Da doma de minha “mão”...
O mano num pingo bueno
– De varrer poeira do chão...
Me “atentava” a linha reta,
Aprisionada pela visão,
Para um tronar de patas
Da canhada ao porteirão!
Entre tacurus e cardos
– Espora, mango e paleta –
Numa carreira de mano
Dois gurizinhos sotretas...
As patas surrando o chão,
Num compasso de “legüero”...
Num compasso de “legüero”...
– O vento benzia a cara
Nesse batismo campeiro!!!
Era um retrato de campo...
– O corredor por moldura...
Na escola dos arreios...
– A mais xucra das culturas...
Embrulhos despedaçados,
Do sortido uma mistura...
– E o premio, o resumo,
No atado de rapadura!
Ao adentrar na porteira
E desencilhar no galpão,
O pelo suado dos pingos...
– Silenciosa informação!...
...Pro ar sisudo do pai
Com o rebenque na mão...
– Mas só doía de fato
Se perdia pro irmão!!!
(Juan Manuel Blanes - Uruguay)
- * - * - * - * - * - * - * - * - * -
- * - * - * - * - * - * - * - * - * -
"O mais sólido e mais duradouro traço de união entre os seres é a barreira!"
Nenhum comentário:
Postar um comentário