...Funeral de um grande amor!
Se derrama uma tristeza neste tango arrabalero
Pois tenho nos olhos tangueros uma angústia e um pesar
Quanto mais lembro daqueles tristes momentos
... Mais aumenta o sofrimento que transborda em meu olhar.
Vi minha percanta nos braços de um milongueiro
E um soluço mazorquero se misturava com o som
Tomei uma copa de champanhe traiçoeira
E a minha mágoa tasqueira chorava no bandoneón!
Estou perdido sem a flor do teu perfume
E o carvão cruel do ciúmes deixou meu sonho tisnado
Estou morrendo sem o mel da tua boca
E a minha alma louca quer voltar para o passado...
Por isso em prantos canto assim minha flor
Para ver se afogo a dor ao saber que te perdi
A nossa história era tão linda e aos pedaços
Me diz agora o que que eu faço enfeitiçado por ti???
Minha alma chora...Machucada enlouquecida
Por ti luz da minha vida que me esporeou no coração
Por isso agora meio ausente do presente
Sinto que o meu choro quente se inunda de solidão...
O MEU JARDIM PERDEU A PAZ DOS BEIJA-FLORES
MURCHOU O VIÇO DAS FLORES...SE APAGOU O MEU FULGOR
O CHORO É ETERNO...O DIA É INFINDO...A NOITE É LONGA
E ENTRE TANGOS Y MILONGAS VELO A MORTE DE UM AMOR...
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*Tema de Diego Müller e João Sampaio, musicado e gravado por Jorge Guedes!...
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Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Escrever, por exemplo: "A noite está estrelada,
e tiritam, azuis, os astros lá ao longe".
O vento da noite gira no céu e canta.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Eu amei-a e por vezes ela também me amou.
Em noites como esta tive-a em meus braços.
Beijei-a tantas vezes sob o céu infinito.
Ela amou-me, por vezes eu também a amava.
Como não ter amado os seus grandes olhos fixos.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Pensar que não a tenho. Sentir que já a perdi.
Ouvir a noite imensa, mais imensa sem ela.
E o verso cai na alma como no pasto o orvalho.
Importa lá que o meu amor não pudesse guardá-la.
A noite está estrelada e ela não está comigo.
Isso é tudo. Ao longe alguém canta. Ao longe.
A minha alma não se contenta com havê-la perdido.
Como para chegá-la a mim o meu olhar procura-a.
O meu coração procura-a, ela não está comigo.
A mesma noite que faz branquejar as mesmas árvores.
Nós dois, os de então, já não somos os mesmos.
Já não a amo, é verdade, mas tanto que a amei.
Esta voz buscava o vento para tocar-lhe o ouvido.
De outro. Será de outro. Como antes dos meus beijos.
A voz, o corpo claro. Os seus olhos infinitos.
Já não a amo, é verdade, mas talvez a ame ainda.
É tão curto o amor, tão longo o esquecimento.
Porque em noites como esta tive-a em meus braços,
a minha alma não se contenta por havê-la perdido.
Embora seja a última dor que ela me causa,
e estes sejam os últimos versos que lhe escrevo.
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(Molina Campos)
"O mundo do sonho é silencioso como o mundo submarino.
Por isso é que faz bem sonhar..."
(Mário Quintana)
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