sexta-feira, 30 de setembro de 2011

O Lenço...

 Lenço Farroupilha!
Antonio Augusto Fagundes


A indumentária gauchesca promana, como um todo complexo que é de tres fontes distintas facilmente identificáveis.
A primeira é logicamente ibérica - lusitana, no caso do gaúcho brasileiro. A segunda é indígena, americana, e a terceira é gauchesca, nascida no pampa, do própri gaúcho.
A primeira fonte, a ibérica, nos forneceu as botas fortes (como as russilhonas), as esporas (como as nazarenas), as ceroulas de crivo, os calções (bragas), o cinturão, a camisa, o jaleco, a jaqueta, o barrete, o chapéu de feltro ou de palha (este, o abeiro português).
Peças indígenas de nossa indumentária são o chiripá (o primitivo chiripá), a faixa, a guaiaca original, o pala, a vincha.
E, finalmente, peças de invenção gauchesca são vários tipos de esporas, as botas de garrão, o chiripá passado entre as pernas, o cinturão de guaiacas, o tirador, o pala de seda, o poncho-pala, o poncho de oleado.
Ficam à margem das tres fontes o poncho (possivelmente europeu) e as bombachas (turcas, ao que tudo indica), peças tão importates no complexo que merecem um estudo à parte.
E o lenço? Ah, o lenço!
Seguramente essa peça deve ser incluída entre aquelas que vieram da europa. Com écharpe, cache-col ou foulard vem desde a Idade Média e é feminino e masculino, alternadamente. Na França dos Luíses aparece com destaque, sempre de seda, sempre enrolado ao pescoço, muitas vezes apertando altos colarinhos, raramente esvoaçando aos ventos, com as pontas soltas. Os marinheiros finalmente o trouxeram para as Américas, como uma gola removível de suas blusas típicas.
No cone-sul americano, na bacia do Prata o traje gaúcho a rigor nunca dispençou o lenço de seda ao pescoço.


Saint-Hilaire que esteve no RGS e no Prata em 1820/1821 viu gaúchos argentinos de Entre-Rios em São Borja e descreveu-lhes a indumentária: "Trazem os cabelos trançados e um lenço ao redor da cabeça, um outro lenço, a que dão um nó muito solto, serve-lhes de gravata; como arma exibem uma grande faca à cinta." (Viagem ao Rio Grande do Sul, Universidade de São Paulo, 1974, p. 34.). Da mesma época, Nicolau Dreys, igualmente francês, também menciona o lenço dos gaúchos: "...um lenço, quase sempre amarrado na cabeça,..." (Notícia Descritiva da Província do Rio Grande de São Pedro do Sul, Instituto Estadual do Livro, Porto Alegre, 1961, p. 163).
No Uruguai, Juan Manuel Blanes pintou o gaúcho as vacarias de golilla, o grande lenço aberto, esvoaçando às costas. No Brasil, o pintor Jean-Baptiste Debret também debuxou o gaúcho do Rio Grande do Sul com o lenço de pescoço, nos começos do século XIX.
Insofismável como peça da indumentária gauchesca brasileira ou castelhana, resta examinar o lenço como distintivo político, deste e do outro lado do rio Uruguai. Na Banda Oriental, aparece o lenço vermelho dos colorados seguidores de Frutuoso Rivera e o lencó branco dos nacionalistas de Oribe. Na Argentina, os colorados de Juan Manuel Rosas combatiam ferozmente os azules e blancos da oposição provincial, anti-portenha.
No Rio Grande do SUl, o lenço de pescoço aparece como distintivo político na chamada Guerra dos Farrapos (1835/1845). Os farrapos de Bento Gonçalves usavam um lenço de seda aberto, com duas pontas soltas às costas, e atado de modo peculiar à frente, quase como uma cruz sobre o peito.
A propósito, José Teixeira, do Rio Pardo, que lutou no Decênio Heróico, dá uma descrição completa do lenço, alcançando até mesmo um desenho de sua maneira de usar e afirmando que os farrapos não desmanchavam o nó, uma vez feito: simplesmente tiravam o lencó - atado - pela cabeça, e depois era só colocá-lo assim mesmo, outra vez. É o que se vê das notas de Aurélio Porto ao Processo dos Farrapos, Arquivo Nacional, 1933, p. 475. O informante, ele próprio um veterano farroupilha, descreve um outro símbolo dos guerrilheiros de 35: a barba emoldurando o rosto, sem bigodes e sem cobrir a face, assim como a que usava o General farroupilha David Canabarro.
O historiador gaúcho Alfredo Varela, autor da monumental obra em seis alentados volumes Histórias da Grande Revolução, publica nas primeiras páginas do 1º volume uma litografia coloridade um quadro do pintor que se assina simplesmente Liebscher, sem maiores identificações, aparentemente extraída do livro Vita di Giusepe Garibaldi(?). Nele aparece um gaúcho do período farroupilha, segundo a legenda, em traje festivo. Esse gaúcho está usando botas fortes, chiripágauchesco (aquele passado entre as pernas, como fralda), faixa de cintura com ponta solta, jaleco, camisa com mangas fofas, lenço farroupilha (colorado, aberto nas costas e com o nó de cruz) e chapéu de feltro de copa alta e aba estreita. E, claro, ostentando a barba ao estilo dos farrapos.
O quadro é precioso pelas informações que alcança ao pesquisador. Em primeiro lugar, confirma as afirmações do veterano guerrilheiro de 35 José Teixeira, do Rio Pardo, quanto ao tipo de barba que os farrapos usavam e sobre o lencó colorado. Por outro lado, confirma as assertivas de pesquisar anteriores (Antonio Augusto Fagundes, Indumentária Gaúcha, IGTF, Porto Alegre, 1977) sobre o chiripá tipo fralda efetivamente usado pelo gaúcho, nessa época. Aliás, o autor da presente pesquisa tomou mesmo a liberdade de batizar esse chiripá com o nome de chiripá farroupilha, para distiunguí-lo do primitivo chiripá, que era uma espécie de semi-saia aberta à frente. Aliás, outros estudiosos gaúchos, que nada disseram quanto ao chiripá primitivo, negaram o chiripá passado entre as pernas, o qual agora deverão aceitar, diante da prova iconográfica, definitiva.
Houve um momento em que o alto comando farroupilha, apesar do lenço colorado aberto às costas e atado com o nó de cruz adotado espontaneamente pelos farrapos, quis dotar as suas forças de um lenço mais oficial. O grande impulsionador da idéia foi sem dúvida o major Bernardo Pires, do exército republicano, Chefe de Polícia durante a guerra, com sede em Piratini. Pires era um gaúcho de Canguçu, liberal e maçon e conhecido pelo seu heroísmo, a ponto de ser chamado O Mártir do Seival, mercê de sua atuação naquela heróica batalha. Bernardo Pires não era um homem instruído formalmente, mas era um excelente auto-didata. Artista plástico primitivista, insculpiu até borrachões de chifre, para canha. E pintou a alegoria que devia constar do lenço farroupilha, sobre uma idéia original do major Mariano de Mattos, alto prócer farroupilha, fluminense de nascimento.


O primeiro lenço foi mandado confeccionar nos Estados Unidos, por Bernardo Pires. E explica-se: a pátria de Lincoln era um modelo ideal para o Brasil que os farrapos sonhavam, com o Estados independentes e federados. Não é demais lembrar que o muito americano John Griggs, o João Grande de Camaquã, lutou e morreu integrando as forças navais republicanas, sob o mando de Garibaldi. A maçonaria vermelha, de origem francesa e de feição republicana (tem a divisão dos três poderes) tinha muita força nos Estados Unidos, na jovem república rio-grandense e no Prata. Foi, aliás, através de um comerciante de Montevidéu que foi feita essa primeira encomenda dos lenços. Chamava-se Marcial Rodriguez, esse comerciante, conforme Apolinário Porto Alegre (Cancioneiro da Revolução de 1835, Globo, Porto Alegre, 1935, p.57). O pedido foi feito a 10 de maio de 1842. Ao chegar a encomenda, a carga foi toda queimada, com as caixas e tudo, no próprio porto de Rio Grande. Era tão forte a animadversão dos imperiais relativamente aos lenços farroupilhas, que o famigeradoFrancisco Pedro de Abreu (o Chico Pedro, o Moringue, o Fuínha) dizia querer saber quem era o autor de tão infeliz lembrança para metê-lo no arrocho e defumá-lo. Os lenços finalmente chegaram a 3 de dezembro de 1943 ao acampamento volante das forças republicanas em terras de Manoel de Moura, nos campos de Piratini (que os farrapos chamavam Piratinin). Apolinário, aliás, atribuiu o desenho desse lenço ao Padre Francisco das Chagas Martins Avila (o famoso Padre Chagas, da Aseembléia farroupilha) e diz ter em seu poder (dele, Apolidário) o esboço original do trabalho, que teria sofrido apenas insignificantes modificações, comparado com o lenço mandado confeccionar por Bernardo Pires de Oliveira.
Bem, trata-se de um equívovo. Não se duvida que o tal esboço tenha realmente existido, mas se fosse o original do lenço não teria sido da autoria do Padre Chagas. Se fosse a autoria do Padre Chagas, não seria o modelo do lenço farroupilha.


Outro detalhe estranhável na crônica de Apolinário (saiu outra edição pela Erus, Cia. União de Seguros Gerais, Porto ALegre, Porto Alegre, 1981, p. 70/71) ressalta de suas afirmações. Veja-se: "Apresentavam dois padrões, conforme os desenhos remetidos. Uma é muito conhecido. Tem no centro o duplo pavilhão da República, é encimado pela fama e traz em torno as principais vitórias republicanas com os nomes locais e respectivas datas. É o que contém a quadra supra. Suponho que seja da lavra do próprio Bernardo Pires.
A quadrilha a que se refere o texto é aquela, famosa:

"Nos ângulos do continente
O pavilhão tricolor
Se divisa sustentado
Por liberdade e valor".

Mais adiante, Apolinário Porto Alegre acrescenta: "O outro padrão era menos complicado. Exibia no centro dois indígenas, cada um sustentando a bandeira tricolor, em meio desfraldo, como no outro lenço. Acompanhavam-no alguns dísticos. Este, nunca o vi".
O detalhe estranhável: nunca foi visto. Ninguém o viu, ao que parece.
Aurélio Porto, nas celebradas Notas afirma que a segunda edição dos lenços, a que tem as letras SGC (bordadas em seda e talvez iniciais do dono do lenço, segundo o historiador) foi mandada confeccionar na Alemanha, talvez, pela Casa Francisco Rasteiro & Cia., de Rio Grande, E ele, o historiador, ainda esclarece que o lenço usado para envolvr o crânio de Bento Gonçalves da Silva, quando foi translado dos seus restos mortais do cemitério do Cordeiro, em Camaquã, para o mausoléu, em praça pública, na cidade de Rio Grande, era um dos exemplares encomendados nos Estados Unidos, um dos primeiros lenços.
A respeito das famosas três letras do lenço, tão enigmáticas reina controvérsia. Será que significavam Salve, glorioso Continente, como queria Varela, sem maiores explicações? A verdade é que não foi encontrado nenhum lenço, entre os exemplares pesquisados, que não tivesse as letras SGC. Se Aurélio Porto estivesse certo, todos os exemplares conhecidos até agora são da segunda remessa.
Por outro lado, não foi encontrado até agoea qualquer exemplar com o padrão menos complicado, a que faz referência Apolinário Porto Alegre, onde apareciam dois indígenas sustentando cada um , a meio desfraldo (sic) uma bandeira tricolor.


Que se saiba, existe um exemplar do lenço farroupilha em Rio Grande, no acervo do museu do CTG Mate Amargo e que foi doado por herdeiros de Caetano Gonçalves da Silva. Esse exemplar ostenta a orla com as ondas azuis e brancas. Na Biblioteca Municipal de Pelotas o autor dessa pesquisa descobriu, emoldurado, outro exemplar do lenço farroupilha, mas de padrão diferente. É aquele que está, em tamanho menor, no centro do exemplar que tem a orla co as ondas azuis e brancas. No exemplar pelotense, a orla é vermelha, ou, pelo menos, avermelhada (a cor desbotada dificulta a precisão). Aparentemente, o exemplar de Pelotas foi recortado, para ficar menos e encaixar bem na moldura.
No Museu Júlio de Castilhos, de Porto Alegra, existem três exemplares distintos do lenço farroupilha. O primeiro é o lenço com cercadura vermelha, igual ao exemplar pelotense e está em exposição. O segundo é o lenço com a orla em ondas azuis e brancas, igual ao exemplar rio-grandino e está também exposto. O terceiro é um curioso exemplar e está em processo de restauração. Tem o padrão básico do primeiro exemplar, mas a cor predominante é um azulão forte, tipo anil. Assim, das duas, uma: ou houve um terceiro padrão, a que não aludem os cronistas (o que é altamente improvável) ou se pintou de azul um exemplar do lenço onde a cor dominante era o vermelho. O restaurador Luiz Cúria, nos começos deste século, foi o fac-totum do Museu Júlio de Castilhos e gozava da fama de ser muito bom em sua arte. Pode perfeitamente ser o autor da superposição de cores - isso, claro, na hipótese de não ter existido mesmo um terceiro padrão.
Não se pode garantir qual foi o padrão de lenço que chegou em primeiro lugar e que foi entrege aos farrapos a 3 de dezembro de 1843 nos campos de Piratinin.Tudo leva a crer que aqueles queimados com caixa e tudo no Porto de Rio Grande tinham esse mesmo padrão. Aliás, os farrapos só poderiam ter usado esse lenço durante um ano (1844) e dois meses (janeiro e fevereieo de 1845, quando se fez a paz).
O segundo exemplar, confeccionado na França ou na Alemanha, só chegou depois da paz. Conservado pelos remanescentes farrapos, aqueles que continuaram republicanos em pleno Império, vai ter muito uso exatamente na propaganda republicana. Inclusive, será pregado na bandeira tricolor dos farrapos, com brasão central. Aliás, não é demais recordar que a bandeira rio-grandense nasceu assim: os arrautos da República brasileira, seus corifeus e pregadores iniciais, pensando logicamente que a bandeira era retangular (na realidade, era quadrada) reconstituíram a bandeira com essa forma e costuraram no meio o lenço farroupilha. Com a Constituição castilhista de 1891 (a primeira constituição rio-grandense) essa bandeira foi transformada em símbolo do novo Estado. Mutatis mutandis, é a bandeira gaúcha, ainda hoje.
Além dos exemplares aqui arrolados e existentes atualmente, há mais um na coleção da Profa. Vera Stedile Zattera, de Caxias do Sul. Trata-se de um exemplar em tudo igual àquele do museu do CTG Mate Amargo, de Rio Grande. E consta que existe outro exemplar no acervo de uma escola, em Porto Alegre, o que completaria a soma de sete lenços farroupilhas identificados, até agora.
Ou oito, se considerarmos aquele que envolve o crânio do General Bento Gonçalves da Silva e que decerto está com seus gloriosos despojos no mausoléu que lhe foi erijido, na p'aça central da cidade portuária de Rio Grande - que aliás, em vida ele nunca consegui tomar.


"Não somos carne com experiências espirituais, mas espiritos com experiências carnais!"
(Anônimo)


segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Yemanjá...


...Rainha das águas e mares!


Deusa da nação de Egbé, nação esta Iorubá onde existe o rio Yemojá (Yemanjá). No Brasil, rainha das águas e mares. Orixá muito respeitada e cultuada é tida como mãe de quase todos os Orixás Iorubanos, enquanto a maternidade dos Orixás Daomeanos é atribuída a Nanã. Por isso à ela também pertence a fecundidade. É protetora dos pescadores e jangadeiros. 
Comparada com as outras divindades do panteão africano, Yemanjá é uma figura extremamente simples. Ela é uma das figuras mais conhecidas nos cultos brasileiros, com o nome sempre bem divulgado pela imprensa, pois suas festas anuais sempre movimentam um grande número de iniciados e simpatizantes, tanto da Umbanda como do Candomblé. 
Pelo sincretismo, porém, muita água rolou. Os jesuítas portugueses, tentando forçar a aculturação dos africanos e a aceitação, por parte deles, dos rituais e mitos católicos, procuraram fazer casamentos entre santos cristãos e Orixás africanos, buscando pontos em comum nos mitos. 
Para Yemanjá foi reservado o lugar de Nossa Senhora, sendo, então, artificialmente mais importante que as outras divindades femininas, o que foi assimilado em parte por muitos ramos da Umbanda. 
Mesmo assim, não se nega o fato de sua popularidade ser imensa, não só por tudo isso, mas pelo caráter, de tolerância, aceitação e carinho. É uma das rainhas das águas, sendo as duas salgadas: as águas provocadas pelo choro da mãe que sofre pela vida de seus filhos, que os vê se afastarem de seu abrigo, tomando rumos independentes; e o mar, sua morada, local onde costuma receber os presentes e oferendas dos devotos. 
São extremamente concorridas suas festas. É tradicional no Rio de Janeiro, em Santos (litoral de São Paulo) e nas praias de Porto Alegre a oferta ao mar de presentes a este Orixá, atirados à morada da deusa, tanto na data específica de suas festas, como na passagem do ano. São comuns no reveillon as tendas de Umbanda na praia, onde acontecem rituais e iniciados incorporam caboclos e pretos-velhos, atendendo a qualquer pessoa que se interesse. 
Apesar dos preceitos tradicionais relacionarem tanto Oxum como Yemanjá à função da maternidade, pode estabelecer-se uma boa distinção entre esse conceitos. As duas Orixás não rivalizam (Yemanjá praticamente não rivaliza com ninguém, enquanto Oxum é famosa por suas pendências amorosas que a colocaram contra Iansã e Obá). Cada uma domina a maternidade num momento diferente.
A majestade dos mares, senhora dos oceanos, sereia sagrada, Yemanjá é a rainha das águas salgadas, regente absoluta dos lares, protetora da família. Chamada também de Deusa das Pérolas, é aquela que apara a cabeça dos bebês no momento de nascimento. 
Numa Casa de Santo, Yemanjá atua dando sentido ao grupo, à comunidade ali reunida e transformando essa convivência num ato familiar; criando raízes e dependência; proporcionando sentimento de irmão para irmão em pessoas que há bem pouco tempo não se conheciam; proporcionando também o sentimento de pai para filho ou de mãe para filho e vice-versa, nos casos de relacionamento dos Babalorixás (Pais no Santo) ou Ialorixás (Mães no Santo) com os Filhos no Santo. A necessidade de saber se aquele que amamos estão bem, a dor pela preocupação, é uma regência de Yemanjá, que não vai deixar morrer dentro de nós o sentido de amor ao próximo, principalmente em se tratando de um filho, filha, pai, mãe, outro parente ou amigo muito querido. É a preocupação e o desejo de ver aquele que amamos a salvo, sem problemas, é a manutenção da harmonia do lar. 
É ela que proporcionará boa pesca nos mares, regendo os seres aquáticos e provendo o alimento vindo do seu reino. É ela quem controla as marés, é a praia em ressaca, é a onda do mar, é o maremoto. Protege a vida marinha. Junta-se ao orixá Oxalá complementando-o como o Princípio Gerador Feminino. 


Características

Cor:
Cristal. (Em algumas casas: Branco, azul claro. também verde claro e rosa claro) 

Fio de Contas:
Contas e Missangas de cristal. Firmas cristal. 

Ervas:
Colônia, Pata de Vaca, Embaúba, Abebê, Jarrinha, Golfo, Rama de Leite (Em algumas casas: aguapé, lágrima de nossa, araçá da praia, flor de laranjeira, guabiroba, jasmim, jasmim de cabo, jequitibá rosa, malva branca, marianinha - trapoeraba azul, musgo marinho, nenúfar, rosa branca, folha de leite) 

Símbolo:
Lua minguante, ondas, peixes. 

Pontos da Natureza:
Mar. 

Flores:
Rosas brancas, palmas brancas, angélicas, orquídeas, crisântemos brancos. 

Essências:
Jasmim, Rosa Branca, Orquídea, Crisântemo. 

Pedras:
Pérola, Água Marinha, Lápis-Lazúli, Calcedônia, Turquesa. 

Metal:
Prata. 

Saúde:
Psiquismo, Sistema Nervoso. 

Planeta:
Lua. 

Dia da Semana:
Sábado. 

Elemento:
Água 

Chakra:
Frontal 

Saudação:
Odô iyá, Odô Fiaba 

Bebida:
Água Mineral ou Champanhe 

Animais:
Peixes, Cabra Branca, Pata ou Galinha branca. 

Comidas:
Peixe, Camarão, Canjica, Arroz, Manjar; Mamão. 

Numero:

Data comemorativa:
15 de agosto (Em algumas casas: 2 de fevereiro, em 8 de dezembro) 

Sincretismo:
Nossa Senhora das Candeias, Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora dos Navegantes 

Incompatibilidades:
Poeira, Sapo 

Qualidades:
Iemowo, Iamassê, Iewa, Olossa, Ogunté assabá, Assessu, Sobá, Tuman, Ataramogba, Masemale, Awoió, Kayala, Marabô, Inaiê, Aynu, Susure, Iyaku, Acurá, Maialeuó, Conlá.



Atribuições

Essa força da natureza também tem papel muito importante em nossas vidas, pois é ela que rege nossos lares, nossas casas. É ela que dá o sentido da família às pessoas que vivem debaixo de um mesmo teto. Ela é a geradora do sentimento de amor ao seu ente querido, que vai dar sentido e personalidade ao grupo formado por pai, mãe e filhos tornando-os coesos. Rege as uniões, os aniversários, as festas de casamento, todas as comemorações familiares. É o sentido da união por laços consangüíneos ou não.


As Características Dos Filhos De Yemanjá 

Pelo fato de Yemanjá ser a Criação, sua filha normalmente tem um tipo muito maternal. Aquela que transmite a todos a bondade, confiança, grande conselheira. É mãe. Sempre tem os braços abertos para acolher junto de si todos aqueles que a procuram. A porta de sua casa sempre está aberta para todos, e gosta de tutelar pessoas. Tipo a grande mãe. Aquela mulher amorosa que sempre junta os filhos dos outros com os seus. O homem filho de Yemanjá carrega o mesmo temperamento: é o protetor. Cuida de seus tutelados com muito amor. Geralmente é calmo e tranqüilo, exceto quando sente-se ameaçado na perda de seus filhos, isto porque não divide isto com ninguém. É sempre discreto e de muito bom gosto. Veste-se com muito capricho. É franco e não admite a mentira. Normalmente fica zangado quando ofendido e o que tem como ajuntó o orixá Ogum, torna-se muito agressivo e radical. Diferente é quando o ajuntó é Oxóssi, aí sim, é pessoa calma, tranqüila, e sempre reage com muita tolerância. O maior defeito do filho de Yemanjá é o ciúme. É extremamente ciumento com tudo que é seu, principalmente das coisas que estão sob sua guarda. Gostam de viver num ambiente confortável e, mesmo quando pobres, pode-se notar uma certa sofisticação em suas casas, se comparadas com as demais da comunidade de que fazem parte. Apreciam o luxo, as jóias caras e os tecidos vistosos e bons perfumes. Entretanto, não possuem a mesma vaidade coquete de Oxum, sempre apresentando uma idade maior, mais responsáveis e decididos do que os filhos da Oxum. A força e a determinação fazem parte de suas características básicas, assim como o sentido de amizade, sempre cercada de algum formalismo. Apesar do gosto pelo luxo, não são pessoas ambiciosas nem obcecadas pela própria carreira, detendo-se mais no dia a dia, sem grandes planos para atividades a longo prazo. Pela importância que dá a retidão e à hierarquia, Yemanjá não tolera mentira e a traição. Assim sendo, seus filhos demoram a confiar em alguém, e quando finalmente passam a aceitar uma pessoa no seu verdadeiro círculo de amigos, deixam de ter restrições, aceitando-a completamente e defendendo-a, seja nos erros como nos acertos, tendo grande capacidade de perdoar as pequenas falhas humanas. Não esquecem uma ofensa ou traição, sendo raramente esta mágoa esquecida. Um filho de Yemanjá pode tornar-se rancoroso, remoendo questões antigas por anos e anos sem esquecê-las jamais. Fisicamente, existe uma tendência para a formação de uma figura cheia de corpo, um olhar calmo, dotada de irresistível fascínio (o canto da sereia). Enquanto os filhos de Oxum são diplomatas e sinuosos, os de Yemanjá se mostram mais diretos. São capazes de fazer chantagens emocionais, mas nunca diabólicas. A força e a determinação fazem parte de seus caracteres básicos, assim como o sentido da amizade e do companheirismo. 
São pessoas que não gostam de viver sozinhas, sentem falta da tribo, inconsciente ancestral, e costumam, por isso casar ou associar-se cedo. Não apreciam as viagens, detestam os hotéis, preferindo casas onde rapidamente possam repetir os mecanismos e os quase ritos que fazem do cotidiano. 
Todos esses dados nos apresentam uma figura um pouco rígida, refratária a mudanças, apreciadora do cotidiano. Ao mesmo tempo, indicam alguém doce, carinhoso, sentimentalmente envolvente e com grande capacidade de empatia com os problemas e sentimentos dos outros. Mas nem tudo são qualidades em Yemanjá, como em nenhum Orixá. Seu caráter pode levar o filho desse Orixá a ter uma tendência a tentar concertar a vida dos que o cercam - o destino de todos estariam sob sua responsabilidade. Gostam de testar as pessoas. 


Cozinha ritualística

Canjica branca
Canjica branca cozida, leite de coco. Colocar a canjica em tigela de louça branca, despejando mel por cima, e uvas brancas, se desejar. 

Canjica Cozida
Refogada com azeite doce, cebola e camarão seco. 

Manjar do Céu 
Leite, maizena, leite de coco, açúcar 

Sagu com leite de coco 
Colocar o sagu de molho em água pura de modo a inchar, depois de inchado, retirar a água e levar ao fogo com leite de coco, de modo a fazer um mingau bem grosso, colocar em tigela de louça branca. 


Lendas de Yemanjá 

Yemanjá teve muitos problemas com os filhos. Ossain, o mago, saiu de casa muito jovem e foi viver na mata virgem estudando as plantas. Contra os conselhos da mãe, Oxossi bebeu uma poção dada por Ossain e, enfeitiçado, foi viver com ele no mato. Passado o efeito da poção, ele voltou para casa mas Yemanjá, irritada, expulsou-o. Então ogum a censurou por tratar mal o irmão. Desesperada por estar em conflito com os três filhos, Yemanjá chorou tanto que se derreteu e formou um rio que correu para o mar. 

Yemanjá foi casada com Okere. Como o marido a maltratava, ela resolveu fugir para a casa do pai Olokum. Okere mandou um exército atrás dela mas, quando estava sendo alcançada, Yemanjá se transformou num rio para correr mais depressa. Mais adiante, Okere a alcançou e pediu que voltasse; como Yemanjá não atendeu, ele se transformou numa montanha, barrando sua passagem. Então Yemanjá pediu ajuda a Xangô; o orixá do fogo juntou muitas nuvens e, com um raio, provocou uma grande chuva, que encheu o rio; com outro raio, partiu a montanha em duas e Yemanjá pôde correr para o mar. 

Exu, seu filho, se encantou por sua beleza e tomou-a a força, tentando violentá-la. Uma grande luta se deu, e bravamente Yemanjá resistiu à violência do filho que, na luta, dilacerou os seios da mãe. Enlouquecido e arrependido pelo que fez, Exu “saiu no mundo” desaparecendo no horizonte. Caída ao chão, Yemanjá entre a dor, a vergonha, a tristeza e a pena que teve pela atitude do filho, pediu socorro ao pai Olokum e ao criador Olorum. E, dos seus seios dilacerados, a água, salgada como a lágrima, foi saindo dando origem aos mares. Exu, pela atitude má, foi banido para sempre da mesa dos orixás, tendo como incumbência eterna ser o guardião, não podendo juntar-se aos outros na corte.
Por isso Yemanjá é representada na imagem com grandes seios, simbolizando a maternidade e a fecundidade.



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Pra rainha Yemanjá 
 (Diego Müller/João Sampaio) 

A lua estende seu manto... 
O vento faz tarará... 
Por certo todo esse encanto 
É para o nosso Orixá! 
A praia tresanda olores 
Da flor de maracujá... 
Se ouve o ruflar dos tambores... 
É festa pra Yemanjá! 

Oferendas... Mães de santo... 
Batuqueiro, meu amigo, 
Busco a proteção da santa 
Para sempre andar comigo! 

Óh! Mãe... Rainha das águas, 
Para quem toco o tambor... 
Este barquinho é pra ti... 
Traz de volta o meu amor!!! 
Bate... Bate... Tambor... 
Pra Rainha e Oxalá... 
O litoral ta em festa... 
Viva... Viva Yemanjá!!! 

Sou pescador tarefeiro... 
Minha morada é o mar... 
E a minha padroeira 
É a santa Mãe Yemanjá! 
Por isso trouxe oferendas 
Para eu largar no mar, 
Sob o céu iluminado 
Pelo manto do luar! 

Parece que a tua silhueta 
Passeia por sobre o mar 
Agradecendo esta festa, 
Minha Rainha Yemanjá! 
Yemanjá... Odayá... 
Nestes tempos de ayê 
Que teu amor prevaleça 
Para ajéjé l´ayê!!!

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"Divina Mãe, protetora dos pescadores e que governa a humanidade, dai-nos proteção. Oh! Doce Iemanja, limpai as nossas auras, livrai-nos de todas as tentações. És a força da natureza, linda deusa do amor e bondade (faça o pedido). Ajude-nos descarregando as nossas matérias de todas as impurezas e que a vossa falange nos proteja, dando-nos saúde e paz. Que assim seja feita a vossa vontade!"
(Desconhecido - Prece a Iemanjá)

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

20 de setembro...

...e o Hino Rio-grandense!!!



LETRAS E AUTORES O Hino Rio-Grandense que hoje cantamos tem a sua história particular e, porque não dizer, peculiar. Porque muitas controvérsias apresentou, desde seus tempos de criação até os tempos de então. Oficialmente existe o registro de três letras para o hino, desde os tempos do Decênio Heróico até aos nossos dias. Num espaço de tempo de quase um século foram utilizadas três letras diferentes até que finalmente foi resolvido, por uma comissão abalizada, que somente um deles deveria figurar como hino oficial.

 
Comendador Maestro Joaquim José de Mendanha

 O PRIMEIRO HINO A história real do Hino, começa com a tomada da então Vila de Rio Pardo, pelas forças revolucionárias farroupilhas. Ocasião em que foram aprisionados uma unidade do Exército Imperial, o 2° Batalhão, inclusive com a sua banda de música. E o mestre desta banda musical, Joaquim José de Mendanha, mineiro de nascimento que também foi feito prisioneiro era um músico muito famoso e considerado um grande compositor. Após a sua prisão ele, Mendanha, teria sido convencido a compor uma peça musical que homenageasse a vitória das forças farroupilhas, ou seja a brilhante vitória de 30 de abril de 1838, no célebre “Combate de Rio Pardo”.
Mendanha, diante das circunstâncias, resolveu compor uma música que, segundo alguns autores, era um plágio de uma valsa de Strauss. A melodia composta por Mendanha era apenas musicada. E o capitão Serafim José de Alencastre, pertencente as hostes farrapas e que também era versado em música e poesia, entusiasmado pelos acontecimentos, resolveu escrever uma letra alusiva à tomada de Rio Pardo.

 

 O SEGUNDO HINO Quase um ano após a tomada de Rio Pardo, foi composta uma nova letra e que foi cantada como Hino Nacional, o autor deste hino é desconhecido, oficialmente ele é dado como criação de autor ignorado. O jornal “O Povo”, considerado o jornal da República Riograndense em sua edição de 4 de maio de 1839 chamou-o de “o Hino da Nação”. 

 

 O TERCEIRO HINO Após o término do movimento apareceu uma terceira letra, desta vez com autor conhecido: Francisco Pinto da Fontoura, vulgo “o Chiquinho da Vovó”. Esta terceira versão foi a que mais caiu no agrado da alma popular. Um fato que contribui para isto foi que o autor, depois de pronto este terceiro hino, continuou ensinando aos seus contemporâneos o hino com sua letra. A letra deste autor é basicamente a mesma adotada como sendo a oficial até hoje, mas a segunda estrofe, que foi suprimida posteriormente, era a seguinte:

Entre nós reviva Atenas
Para assombro dos tiranos;
Sejamos gregos na Glória,
E na virtude, romanos.

 

 O HINO DEFINITIVO Estas três letras foram interpretadas ao gosto de cada um até meados do ano de 1933, ano em que estavam no auge os preparativos para a “Semana do Centenário da Revolução Farroupilha”. Nesse momento um grupo de intelectuais resolveu escolher uma das versões para ser a letra oficial do hino do Rio Grande do Sul.
A partir daí, o Instituto Histórico contando com a colaboração da Sociedade Rio-Grandense de Educação, fez a harmonização e a oficialização do hino. O Hino foi então adotado naquele ano de 1934, com a letra total conforme fora escrito pelo autor, no século passado, caindo em desuso os outros poemas.
No ano de 1966, o Hino foi oficializado como Hino Farroupilha ou Hino Rio-Grandense, por força da lei 5213 de 05 de janeiro de 1966, quando foi suprimida a segunda estrofe.

O Hino
LETRA
Francisco Pinto da Fontoura
(vulgo Chiquinho da Vovó)

MÚSICA
Comendador Maestro Joaquim José de Mendanha

HARMONIZAÇÃO
Antônio Corte Real 

I.
Como aurora precursora
 Do farol da divindade
Foi o 20 de Setembro
O precursor da liberdade

 Refrão
Mostremos valor e constância
Nesta ímpia e injusta guerra
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda terra

II.
Mas não basta pra ser livre
Ser forte, aguerrido e bravo
Povo que não tem virtude
Acaba por ser escravo

 - * - * - * - * - * - * - * - * - * - * - * - * - * - * - 
(Ferrer Dalmau - Espanha)

"Nos ângulos do continente o pavilhão tricolor se divisa sustentado por liberdade e valor!"
(Lenço Farroupilha)

 

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Retratos...


O Auto-Retrato 
- Mário Quintana -


No retrato que me faço
– traço a traço –
Às vezes me pinto nuvem,
Às vezes me pinto árvore...

Às vezes me pinto coisas
De que nem há mais lembrança...
Ou coisas que não existem
Mas que um dia existirão...

E, desta lida, em que busco
– pouco a pouco –
Minha eterna semelhança,

No final, que restará?
Um desenho de criança...
Corrigido por um louco

 Baixo-retrato 
- Martím César -

Com uma grande tendência ao fracasso
E ao suicídio - desde que seja por amor! -
Sempre enredado no seu próprio passo
Por não ter memória, um escrevinhador.

Esguio, melhor de pé do que de braço
No esporte quase um grande jogador
Pena o quase -um maldito descompasso
E o país perde outro moleque promissor!

Apaixonado pela noite e o submundo
E pelos tortos que habitam esse chão
Se pudesse de profissão um vagabundo...

Um Bocage ou qualquer doido de plantão
Mesa em mesa resolvendo a dor do mundo
Ao módico preço do seu próprio coração.

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"Eu não tinha este rosto de hoje, assim calmo, assim triste, assim magro, nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo. Eu não tinha estas mãos sem força, tão paradas e frias e mortas;  eu não tinha este coração que nem se mostra. Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil: Em que espelho ficou perdida a minha face?"  
 

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Sobre um tablado de barca...

...De um lado ao outro, cruzando!


Sobre um tablado de barca... 

Minha vida é barca à deriva
Nos rios de cheias e enchentes
A alma sabendo o curso
Que o corpo apenas pressente
Um vai rumando ao final...
O outro... afinal, permanente!

Sou de um lado canto e vida
Aprendiz de sons e imagens
Buscando no giz da terra
Ser algo mais que a paisagem...
Sonhos vestidos de asas 
Mas passos presos à margem.

O outro lado: quem sabe?
Princípio ou fim de uma saga?
Vontade que sabe seu norte
Ou se deixa levar pela vaga?
Uma luz que desvenda o rumo
Ou vela que em vão se apaga?

Visagem de espinhos e salsos, 
De mormaços, noites de frio... 
Por vezes terreno fértil 
Em outras, deserto vazio 
Mas sempre tocando em frente 
Seguindo as voltas do rio

Duas margens... um destino...
Aonde o meu tempo embarca
Singrando o rio desta vida
Enquanto quiser a parca
De um lado ao outro, cruzando
Sobre um tablado de barca!!!

Alex Cabral/Diego Muller/Martim César


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O que faz andar o barco não é a vela enfunada, mas o vento que não se vê.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Recaídas...

...que eu me nego a me curar!


Recaídas
(Silvio Genro)

-Ando tendo recaídas...
Até colei os pedaços
Do retrato teu que eu tinha
... ... Rasgado da minha vida.

-Ando tendo recaídas...
Quis te enviar uma mensagem,
(inda tenho teu e-mail),
O que eu não tenho é coragem!

-Ando tendo recaídas...
Já quis muito te ligar,
Risquei teu nome da agenda,
Mas lembro teu celular.

Minh’alma quando ferida
Demooora a cicatrizar.
-Ando tendo recaídas...
(me recuso a me curar!)

(Esconderijo - Ana Cañas)

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segunda-feira, 5 de setembro de 2011

O Bonus e o onus...



...Ação e reação!


A vida se mostra em dois caminhos a seguir: O sucesso e o fracasso. A de se saber do que representa cada um dos caminhos e quais os percalços e obstáculos que estão por vir para quem realmente deseja vencer na vida. Uns olham assustados e dizem que o preço para o sucesso é alto demais. Outros dizem que vale a pena e pensam no desafio enquanto conservam um sorriso nos lábios. Opiniões a parte, uma coisa é certa: “Não há bônus sem ônus”. A verdadeira vitória é acompanhada por uma dose extra de sacrifício.

Se você deseja ser um excelente profissional, uma ótima pessoa, some a isto uma dose extra de disciplina, muitas horas de estudo, inúmeros clientes atendidos, e anos de experiência. Sem contar o alto nível de estresse que algumas profissões proporcionam. Este é o preço. Você quer realmente pagar?

Saibam que não é nada fácil. Tem que haver muita compreensão, você precisa se doar para as pessoas e estar sempre a postos para resolver os problemas do dia a dia. O preço é alto, mas compensado pelo sorriso.

O mesmo vale a tudo, se deseja crescer na vida. Quantas vezes mais você deixará de abrir mão do superflou para ter o direito de sonhar com melhores oportunidades? Eu acho que vale a pena! E você, o quê acha?

Não há ação sem reação. Não há Bonus sem onus, assim como não existe Onus sem Bonus.

A escolha é sua. Pense no que você quer conquistar e analise o bônus e o ônus. Qual é a recompensa e o quê você vai ter que abrir mão ao tomar a sua decisão? Pense nisso e vença!
 

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Estes cinco dedos … Individualmente, eles são nada. Mas em conjunto, eles formam uma arma que é terrível!
(Lucy Van Pelt)

domingo, 4 de setembro de 2011

Foi num desses dias...

...Em que tudo era cinza!


Foi num desses dias...

Foi num desses dias em que tudo é cinza
Em que o céu da gente se vê mal e mal
Em que nuvens negras de repente choram
Quando em nossa alma brota um temporal...

Foi num desses dias em que varre o vento
Gotas que transpassam as frinchas dos galpões
Em que ruminamos recuerdos antigos
Em roda do fogo... batendo os tições...

Hay mucho que pensar – se dicen los paisanos
Pero entra y sale año y hay que trabajar
Hay que trabajar – me dicen mis hermanos
Y les contesto que es en vano si se hace sin pensar

Foi, talvez, cismando – por culpa do aguaceiro -
Quando as horas passam e o tempo não muda
Em que açoita a alma um desses sentimentos
Que só nos encontra... num dia de chuva!

Foi num desses dias de chuva constante
Fora e dentro d'alma, turvando as distâncias
Em que olhares tristes sonham ter um chão
Mas não vão além das cercas da estância...

Foi num dia desses que fiquei pensando
Que livre é aquele que colhe o que planta
Em searas alheias só há sonhos de barro
E quando a chuva chega tudo se desmancha

Diego Müller/Maurício Raupp Martins/Martim César


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