sexta-feira, 24 de junho de 2011


(Eleodoro Marenco)

Fronteiros...   
(Jayme Caetano Braun)

Sem figuras de retórica,
O andejo fronteiriço,
Foi isso, e mais além disso
Na definição histórica,
Não a figura folclórica,
Mas a estrutura – O esteio,
Que – após dominar o meio,
Abarbarado e hostil,
Se fez querência e Brasil
Na guerra e no pastoreio!

E ocorreu nos quatro lados,
Com Paraguay – Argentina
E a província Cisplatina,
Os quatro irmãos falquejados
Ao longo dos descampados,
Nas lutas demarcatórias,
Gestas emancipatórias,
Da mesma lonca comum,
Conservando – cada um,
O enfoque de quatro histórias!

Daí – o entrelaçamento,
Permanente, das culturas...
Águas das vertentes puras,
Sob o mesmo firmamento,
O mesmo sopro do vento,
Penteando os mesmos umbús,
Os mesmos impulsos crús,
Domando as mesmas distâncias
E a gama das mesmas ânsias
Que moldaram os chirús!

...Como é linda essa fronteira
Que não divide países,
Mas acentua matizes
De mesma origem campeira,
Frutos da saga guerreira
Que se agiganta na paz,
Um rio que leva e que traz,
Um céu e um sol que alumiam,
Juntando os que se extraviam,
Sempre ao tranquito, “no mas”...

Crises – Penares e ânsias...
Alegrias – Sofrimentos...
Vão – no vai e vem dos ventos,
Espalhando ressonâncias,
Nas lavouras – nas estâncias,
Nas vilas e na cidade,
Porém o homem-liberdade
Que vem dos tempos – do fundo,
Em, qualquer parte do mundo
Tem a mesma identidade!

Mesma origem – Mesma sina...
Mesma idéia espiritual...
Mesma força universal...
Essa é a América Latina,
Que um sistema discrimina,
Esmaga – mata e explora...
Parece chegar a hora,
Desse mundo espezinhado,
Declarar-se emancipado
Mandando o intruso embora!!!



Ao Rio Grande 
 (Balbino Marques da Rocha) 

Meu velho chão altaneiro... 
De vaqueanias e andanças... 
De patas, tropéis e lanças... 
De clarins e de cordeonas... 

De recaus e de choronas... 
De carreteadas e domas... 
Dos umbus de verdes comas... 
De tropas e cavalhadas... 

No teu altar estrelado, 
De oferendas, lado a lado, 
Fulgurando iluminadas, 
Venho trazer-te um morrão... 

...Vela de sebo, mui pobre, 
Triste pavio, cor de cobre, 
De uma fraca inspiração!!!

(De Francisco Madero Marenco)

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(Tito Saubidedt)


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